O Edifício Santa Cruz é o mais alto de Porto Alegre desde a década de 1960. O Banco Agrícola-Mercantil S.A. (Agrimer) fez a construção em terreno que já ocupava no Centro Histórico. Com 107 metros de altura, o prédio tem 34 pavimentos, sendo dois subterrâneos.
O "Gigante de Aço", apelido dado na época da obra, tem entradas pelas ruas Sete de Setembro e dos Andradas. Até o 24º andar, são 381 salas comerciais. Os sete pavimentos mais altos abrigam 27 apartamentos. No 32º, ficam o terraço e o salão de festas, com vista panorâmica.
O nome é uma homenagem ao município de Santa Cruz do Sul, origem do Agrimer. O projeto original era do arquiteto Carlos Alberto de Holanda Mendonça, que morreu logo após a primeira aprovação pela prefeitura, em 1956. Com isso, o arquiteto Jayme Luna dos Santos assumiu o andamento. As estruturas metálicas vieram da Companhia Siderúrgica Nacional, no Rio de Janeiro. O edifício foi erguido pela Empresa Construtora Ernesto Woebcke.
Pelas notícias dos jornais, em 1959, a obra estava ainda na parte das fundações. Em 1963, chegaram as estruturas metálicas. A ocupação das salas começou em 1964. De acordo com a construtora, a conclusão da obra foi em 1969.
A grande inauguração da nova sede do banco Agrimer ocorreu em um sábado, em 19 novembro de 1966. Em imagens da produtora Leopoldis-Som, podemos ver a fachada do prédio e o interior da agência na época. Com locução original, você pode assistir ao precioso vídeo no topo da coluna. A moderna agência tinha escadas rolantes, circuito fechado de televisão e cérebro eletrônico (computador).
Pelas propagandas, os atrativos do Edifício Santa Cruz eram a central própria e automática de luz, 18 elevadores, capacidade para 600 linhas telefônicas e esquadrias de alumínio com vidros de cristal francês. Nos andares superiores, os compradores poderiam morar "a cem metros de altura", em amplos apartamentos, com água quente, calefação e fino acabamento.
O Banco Agrícola-Mercantil foi fundido com o Banco Moreira Salles, virando Unibanco e, depois, Itaú.