O edifício da Caixa Econômica Federal é um dos gigantes do entorno da Praça da Alfândega, em Porto Alegre. Na Rua Caldas Júnior, é o terceiro prédio do banco na mesma área do Centro Histórico. Na época dos dois primeiros, uma rua separava a agência da praça, ligando a Rua dos Andradas e a Rua Sete de Setembro. A Praça da Alfândega só ganhou as configurações atuais a partir de 1979.
O documentário Alicerce de uma Coletividade, editado pela produtora Leopoldis-Som em 1963, mostra a fachada e o interior desse segundo edifício, que substituiu no final da década de 1930 o "castelinho", que fora projetado por Theo Wiederspahn. Com as imagens, voltamos ao tempo dos bancos sem computadores e portas giratórias. O trabalho dos bancários incluía fichas de papel, máquinas de escrever e calculadoras.
Com térreo e mais quatro andares, o segundo prédio da CEF foi implodido em um domingo de manhã, em 31 de outubro de 1976. No dia seguinte, com foto na capa, Zero Hora noticiou a queda completa em dez segundos. A Feira do Livro estava em andamento, mas nenhuma banca ficou danificada.
Multidão de curiosos ouviu as cinco explosões e viu a nuvem de poeira. Desde o início do planejamento, o engenheiro Hugo Takahashi, da empresa Triton, estava preocupado com a forma de destruir a caixa forte, feita de vigas de ferro trançadas. No fim, deu tudo certo.
A derrubada do antigo prédio da Caixa Econômica Federal foi necessária para erguer o atual, o Edifício Querência, de doze andares, que ocupa uma área maior. O prédio anterior ficava na esquina da Rua Sete de Setembro e da Rua Capitão Montanha, com entrada para o lado da praça. A implosão foi a segunda da cidade, após a derrubada do edifício da Lojas Renner em 27 de abril de 1976, parcialmente destruída em incêndio.
O documentário da Leopoldis-Som também nos brinda com imagens de outras agências da CEF em Porto Alegre, da Praça da Alfândega e de ruas da cidade início dos anos 1960, quando os bondes ainda circulavam. Pelo censo do IBGE em 1960, a capital gaúcha estava com 635 mil habitantes.