Inaugurada em 4 de julho de 1964, em Porto Alegre, a nova sede do Banrisul apresentava uma grande inovação tecnológica. O Banco do Estado do Rio Grande do Sul adquiriu o primeiro computador, instalado no prédio da Rua Capitão Montanha, junto à Praça da Alfândega. O equipamento IBM 1401, apresentado como "cérebro eletrônico", veio dos Estados Unidos de avião. 

O edifício estava na fase final de obras, em setembro de 1963, quando o jornal Diário de Notícias divulgou o início dos testes do processamento eletrônico de dados. Pela notícia, o banco recebeu "quatro unidades, que em alguns casos, fazem o trabalho de 400 datilógrafos". O conjunto era formado por unidade de processamento; perfuradora e leitora de cartões; impressora de velocidade de 600 linhas com 132 caracteres por minuto; e unidade de fita magnética, sendo que cada rolo podia arquivar 14 milhões de caracteres alfanuméricos.

O processamento dos dados do Banrisul deveria funcionar inicialmente com duas horas diárias. Pelo plano, quando todos serviços estivessem no prédio novo, operações convencionais passariam para o sistema de processamento de dados.

O banco iniciou as operações em dezembro de 1963. De acordo com o Museu do Banrisul, o IBM 1401 foi o primeiro computador eletrônico do Rio Grande do Sul. Ele substituiu o processamento eletromecânico, operado pela instituição desde a década de 1940, o sistema de cartões perfurados desenvolvido pelo norte-americano Herman Hollerith.

O computador não tinha teclado, mouse ou monitor. A entrada de dados seguia o modelo dos antigos equipamentos, por meio da leitura de cartões perfurados, mas numa velocidade de processamento muito superior. Em minutos, realizava procedimentos contábeis que demandavam grandes equipes trabalhando em dois turnos.

No documentário 40 anos de Progresso, da produtora Leopoldis-Som, editado em 1968, é possível ver as quatro unidades de memória, do tamanho de geladeiras pequenas. O computador era operado no Banrisul pelo Departamento de Serviços Mecanizados, no terceiro andar da nova sede. Os funcionários  substituídos pelo "cérebro eletrônico" foram deslocados para outras funções.

Sem cursos de informática no Estado, os primeiros programadores foram funcionários do banco treinados pela IBM. José Rodrigues da Silva, Vicente Fraganoni, Francisco Alves de Medeiros e Jose Petzhold colocaram o computador em operação. 

Em períodos sem processamento de operações bancárias, eventualmente, o computador era cedido para serviços do governo do Estado.

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