Em tempo de discussões ambientais sobre o transporte público, relembro da experiência de Porto Alegre com o trólebus, um sistema de ônibus elétricos. Conhecido também como troleibus, trólei ou trolleybus, foi implantado na cidade na década de 1960. O transporte aproveitou a rede aérea dos bondes. Em operação ainda em São Paulo, o trólebus é um ônibus com duas alavancas sobre o teto, condutoras da corrente elétrica.
Em 5 de dezembro de 1963, o prefeito José Loureiro da Silva levou autoridades e jornalistas para a viagem experimental no percurso entre a Rua João Alfredo, na Cidade Baixa, e o Paço Municipal, no Centro Histórico. Em frente à prefeitura, o veículo pioneiro ficou em exposição. Uma semana depois, chegou o segundo. A Cia Carris Porto-Alegrense, que já operava com bondes e ônibus tradicionais, comprou cinco trólebus da indústria Massari & Cia, em São Paulo.
A Carris enviou a São Paulo seis motorneiros (condutores dos bondes) para treinamento antes do início da operação. O trólebus da Massari possuía instalação elétrica da firma Vilares e motor da Fábrica Nacional de Motores. A capacidade era de até 80 passageiros. Em 1966, outros quatro veículos foram comprados na indústria paulista. Em notícias nos jornais, a expansão da rede era cogitada. A Carris manteve apenas duas linhas: Menino Deus e Gasômetro.
Em janeiro de 1969, a empresa de transporte da prefeitura de Porto Alegre confirmou a retirada de circulação dos trólebus. A justificativa foi o prejuízo da operação devido à concorrência dos ônibus tradicionais, principalmente no Menino Deus. A operação terminou em 19 de maio de 1969. Os veículos foram vendidos para a cidade de Araraquara, em São Paulo.
O bonde também estava dando prejuízo e deixou de circular em 1970 em Porto Alegre.