A procuradora Thamea Danelon reagiu nesta quinta-feira (8) às críticas disparadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes aos procuradores que integram a força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba e que investigaram o esquema de corrupção que desviou milhões de recursos da Petrobras. Thamea, que esteve à frente do grupo em São Paulo, afirmou ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, que as acusações contra o colega Deltan Dallagnol são uma "cortina de fumaça" vindas de pessoas que querem prejudicar as investigações.
— Por que essa ânsia em tentar macular a imagem de Deltan Dallagnol? Antes, era com o ministro Moro. Agora é com Deltan. Enquanto isso ele tem que perder tempo, emitindo nota, dando entrevistas, prestando esclarecimentos. Enquanto ele faz isso, ele não está investigando, ele não está processando quem deveria — rebateu.
Na conversa, Thamea também sugeriu que a sociedade fique atenta quanto à possibilidade de anulação de provas e soltura de presos condenados ou investigados na Operação Lava-Jato.
— Tem que prestar atenção. A Petrobras acabou de reaver mais de R$ 300 milhões por conta dos crimes praticados. Além dos mais de R$ 3 bilhões devolvidos aos cofres públicos. Então o que é que essas pessoas querem? O que o ministro Gilmar (Mendes) e essas pessoas querem? Dizer que o procurador Deltan e o ex-juiz moro eram parciais? Eram suspeitos? Eles querem o quê? Declarar as provas nulas? Soltar todos os condenados e presos preventivamente? Devolver os R$ 3 bilhões (recuperados)? Vamos pensar nos efeitos práticos dessa tentativa de atacar a Lava-Jato — acrescentou.
Críticas de Gilmar Mendes
Em entrevista ao programa Timeline Gaúcha nesta quarta-feira (7), o ministro do Supremo Gilmar Mendes criticou os procuradores da força-tarefa da Lava-jato, citados em vazamento de mensagens publicadas inicialmente pelo site The Intercept Brasil a partir do dia 9 de junho. Segundo o ministro, os procuradores "se constituíram numa verdadeira organização criminosa".
— É linguagem de criminoso. É uma organização para combater o crime, mas é uma linguagem de criminoso, eles podem integrar qualquer organização criminosa. "Estamos fazendo algo ilegal, mas ninguém vai saber". Leia os textos para seus ouvintes e perguntem: isso é linguagem de magistrado? — indagou o ministro (assista à íntegra da entrevista aqui).