Candidato à Presidência pelo PDT em 2018, Ciro Gomes interpreta como semelhantes as posturas de eleitores identificados com o atual presidente Jair Bolsonaro (PSL) e com apoiadores do PT, partido derrotado na disputa, em outubro, com o então candidato Fernando Haddad (PT). A conversa foi ao ar no programa Timeline, da Rádio Gaúcha.
Na avaliação de Ciro, há "fanáticos" de ambos os lados, que se recusam a perceber a realidade.
O ex-governador do Ceará acrescenta que, na sua avaliação, este é um cenário negativo para o país, onde os apoiadores de cada um dos espectros políticos encontram no adversário um pretexto para justificar eventuais atos ou envolvimentos com irregularidades. Além disso, faz um alerta para a construção de "narrativas imaginárias" criadas por apoiadores do PT e de Jair Bolsonaro.
— Nada mais parecido do que um fanático petista do que um "bolsonarista" fanático. Eles não compreendem a realidade. Eles se recusam a perceber o real, constroem narrativas imaginárias a serviço da tese mais disparatosa possível e nisso explicam no sustentar um do outro, na linha do 'então Bolsonaro agora pode fazer qualquer coisa porque o Lula também fez'. E eu estou dizendo que esse ódio vai matar o Brasil - avaliou.
Ciro defende a consolidação de uma nova corrente política e enxerga este cenário como uma possibilidade, mas ressalta que será necessário um "esforço" nesse sentido.
Na conversa, que foi ao ar nesta quarta-feira (13), Ciro também voltou a direcionar sua artilharia à cúpula do Partido dos Trabalhadores. Ciro creditou, em parte, a eleição de Bolsonaro ao ódio do eleitor ao PT e disse que deixou o Brasil no segundo turno para não ter que explicar por que não faria campanha para o candidato petista Fernando Haddad (PT).
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