Um dia após a eleição de Jair Bolsonaro, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) disparou uma série de críticas ao Partido dos Trabalhadores, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha. No domingo (28), Kátia já havia utilizado suas redes sociais para atacar a soberba de integrantes do PT: "Não adianta xingar nem chorar. Tiveram o que mereceram", em referência à vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa à Presidência da República.
Nesta segunda-feira, a senadora, que foi candidata a vice na chapa de Ciro Gomes (PDT), defendeu o correligionário e a opção dele por não declarar voto ou fazer manifestação explícita a favor do então candidato Fernando Haddad (PT). Aliados de Haddad chegaram a chamar Ciro de egocêntrico e disseram que ele estimulou a vitória de Bolsonaro.
— O fascismo não é só de direita. Existe fascismo de esquerda também. Você querer impor de forma reacionária que as pessoas apoiem a sua ideia, isso é uma ditadura. Ditadura de esquerda. Quer dizer que lá na tela (na urna eletrônica) tem o voto branco e o voto nulo. E eu não posso apertar por quê? Eu to traindo a quem? Então manda tirar as teclas de lá — disparou.
A senadora contou, no programa, que conversou com Ciro Gomes e brincou que os dois 'combinaram' o voto. Ela fez duras críticas à pressão que ela e Ciro receberam por não apoiar o candidato do PT.
— Eu não sou obrigada a votar em posições que não acredito. Ninguém pode me impôr isso psicologicamente, fazendo pressãozinha nas redes sociais. Pressão baixa, de quinta categoria e querem que as pessoas sejam obrigadas a fazer aquilo que não querem — disse.
A senadora disse ainda que virou alvo de comentários de petistas nas redes sociais, pelo fato de não ter declarado voto na legenda.
— O PT é assim: se você fica do lado deles, é a mais linda do mundo, Miss Brasil, Miss Universo. Se não, é Miss desmatamento, Miss Motosserra. Eles estavam todos bonzinhos, esperando o Ciro perder pra que o Ciro fosse apoiá-los, aí não aconteceu. Voltei a ser Miss Motosserra.
Kátia voltou a dizer, no programa que sobrou ao PT "soberba" e "autoconfiança" e criticou o fato de petistas classificarem o ex-presidente Lula como "verdadeiramente um Deus".
— Ciro Gomes cansou de dizer isso: Lula não um Deus, nem demônio. É uma pessoa como outra qualquer, que teve erros e acertos. E vamos pra frente. Não é exclusividade do PT, da sigla, de ter os grandes presidentes que vão salvar o país.