A prisão de dois suspeitos de assassinar a vereadora Marielle Franco mexeu com os ânimos de deputados e senadores nesta terça-feira (12), em Brasília. Na Câmara, o discurso do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), amigo de Marielle, incomodou o gaúcho Bibo Nunes (PSL) e os dois iniciaram um bate-boca no plenário. Freixo ocupava a tribuna e, segundo Bibo, usou palavras que "ofenderam" parlamentares de direita. O gaúcho é aliado do presidente Jair Bolsonaro e elegeu-se com o slogan "Bibolsonaro"
— O que incomodou foi a maneira como ele estava falando. Ele começou a ofender. Estava ofendendo todo mundo. Não me lembro as palavras exatas, mas ele quis dizer que somos a "escória" — afirmou Bibo à coluna.
De acordo com o relato publicado pela colunista Rosane de Oliveira, Marcelo Freixo dizia, em seu discurso na tribuna, que há "covardes" que criticam Marielle: "É fácil rasgar uma placa com o nome de Marielle, difícil é ter a história que Marielle tem de vida. O recado que eu dou aos medíocres de plantão com mandato nesta Casa é que o tempo sera implacável com vocês".
Freixo interrompeu o discurso em seguida por conta de uma risada do deputado Bibo Nunes e aí a confusão começou. "O senhor é um deles, que defende a morte da Marielle? Diga, fascista, é isso?", disse Freixo.
— Aí veio todo mundo pra cima de mim. Queriam me intimidar. Veio gente do PSOL, do PT, vieram pra cima, me "peitando", me empurraram. Eu disse: "Aqui não levam no grito". Tentaram me intimidar. Mas eu sou gaúcho, sou bagual.
A turma do deixa disso entrou em campo e os ânimos se acalmaram. Bibo afirmou à coluna que, depois da confusão, subiu à tribuna e também defendeu a elucidação sobre o assassinato da vereadora.
— Discursei e disse: "eu também quero saber quem matou Marielle". Porque a Justiça não é uma prerrogativa da esquerda. Nós também somos contra qualquer assassinato — completou.