Parlamentares do PSOL, partido da vereadora Marielle Franco, assassinada em março do ano passado no Rio de Janeiro, reagiram nesta terça-feira (12) à Operação Lume, que prendeu um policial militar reformado e ex-PM, suspeitos de envolvimento no caso. Os detidos são o policial militar reformado Ronnie Lessa, apontado como o suspeito responsável por atirar contra a vereadora, e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, apontado como motorista na ação.
As prisões foram saudadas como "positivas" pela deputada estadual Luciana Genro (PSOL) em conversa com a coluna. Luciana, que foi candidata à Presidência pelo partido em 2014, ressaltou a necessidade de as investigações avançarem no sentido de esclarecer quem foi o mandante do crime.
— Acho muito positivo que prendam quem matou, mas o fundamental é saber e prender quem mandou matar e por quê — afirmou à coluna.
Na avaliação de Luciana, ainda há "muita coisa por esclarecer" sobre o assassinato.
— O fato do PM ser vizinho do (presidente Jair) Bolsonaro e as relações da família com os milicianos nos deixam com a impressão de que há muita coisa ainda para esclarecer — completou.
À coluna, a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) também reforçou a ideia de que é preciso esclarecer "quem mandou matar".
— É a resposta que devemos perseguir. A prisão dos envolvidos hoje é um momento importante, mas a polícia não divulgou informações sobre os mandantes do crime, que é o principal. Um ano depois, ainda não se sabe qual a motivação do crime — destacou.
Na mesma linha, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, defendeu à coluna, nesta terça, a importância da continuidade das investigações sobre a morte de Marielle Franco.
— Precisamos aguardar para confirmar se eles (o policial militar reformado e o ex-PM) são mesmo os autores e, se forem, a mando de quem agiram e por quê — sustentou.
A morte da vereadora Marielle e do motorista Anderson Gomes completa um ano na próxima quinta-feira.
Em entrevista à TV Globo, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que trabalhou com Marielle, foi mais duro, dizendo que é "inaceitável" uma demora de um ano para apresentação de alguma resposta sobre o assassinato. Assim como os colegas de partido, Freixo afirmou que é "fundamental saber quem mandou matar e qual a motivação".
Operação Lume
Nesta terça-feira, foram presos o policial militar reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos. A força-tarefa que levou à Operação Lume aponta que eles participaram dos assassinatos.
Buscas em pelo menos 34 endereços de outros suspeitos devem ser realizadas no Rio de Janeiro ao longo do dia para esclarecer quem foram os mandantes do crime e a motivação.