Elas estão na tela do celular e, provavelmente, já apareceram na sua bolha com algum apelo irresistível. Em geral, são pessoas aparentemente bem sucedidas, com histórias fascinantes, estilos de vida de dar inveja, conselhos infalíveis (do tipo “coach” ou “mentoria”, para usar termos da moda) e promessas jamais cumpridas.
Eu estou falando de influenciadores que, na verdade, deveriam ser chamados de “más influências” ou de “influenciadores ao contrário”, porque é isso o que fazem esses tipos por trás da estampa de grife, da “desarmonização facial” e da ostentação sem limites.
São criminosos, simples assim.
É impossível ver as notícias cada vez mais comuns envolvendo influencers golpistas e não pensar nisso.
A terra de ninguém das redes sociais virou terreno fértil para todas as espécies de charlatões: gente que arrecada dinheiro (nunca entregue) para vítimas de tragédias, que vende produtos a preços bons demais para ser verdade e, claro, jamais cumpre o combinado e sujeitos que vendem rifas a R$ 0,05 e, bom, você já sabe o desfecho — prisão e tornozeleira eletrônica.
A coisa toda virou caso de polícia e com razão, porque o velho “golpe do bilhete” se sofisticou e parece não ter limites no mundo virtual. Cair numa roubada é mais fácil. Você nem percebe.
Os ladinos aproveitam-se da ingenuidade de quem, nos últimos anos, deixou de buscar informações em fontes seguras para seguir celebridades na internet. Há perfis de todos os tipos, mas os que mais fazem sucesso são os agressivos, que gritam contra o sistema e ganham pontos com os algorítimos. Veja o caso do tal “guru da riqueza” que vem subvertendo a ordem nas eleições à prefeitura de São Paulo. Por sorte, não temos um Pablo Marçal aqui em Porto Alegre, mas é bom abrir o olho.
Os “desinfluenciadores” estão na sua cola. Desconfie de frases prontas (e invariavelmente inspiradoras), de conselhos miraculosos e fáceis demais vindos de quem não é especialista e duvide do ganho fácil. A vida não é como nas redes sociais.