O casal Gladison Pieri e Pâmela Pavão, investigado por aplicar golpes por meio de rifas em Canoas, na Região Metropolitana, e exibir ostentações de dinheiro nas redes sociais, vivia em um apartamento de alto padrão no maior prédio do país. No local, em Balneário Camboriú, no litoral catarinense, a Polícia Civil apreendeu joias, itens de grife e uma mala transparente repleta de dinheiro. As informações são do portal g1.
Com 81 andares, 294,1 metros de altura, o Yachthouse está localizado na cidade com o metro quadrado mais caro do Brasil. Cada apartamento é avaliado em cerca de R$ 4 milhões.
Gladison e Pâmela são suspeitos de envolvimento em crimes relacionados à economia popular, jogos de azar, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Em nota, a defesa deles negou as acusações, afirmando que os dois eram apenas "divulgadores" dos sorteios.
O casal foi alvo da Operação Dubai em 6 de agosto e mantinha residência em dois endereços: um em Canoas e outro no luxuoso edifício catarinense. Embora o imóvel em Santa Catarina não estivesse registrado em seus nomes, a polícia acredita que parte do patrimônio ostentado pelo casal tenha sido financiada pelos lucros das rifas realizadas online.
"Os indivíduos ostentam vida de luxo nas redes sociais, com veículos avaliados em mais de R$ 1 milhão, viagens ao exterior e aquisição de apartamento luxuoso em conhecido balneário de Santa Catarina", afirmou a Polícia Civil.
Na mesma operação, em outros locais relacionados aos suspeitos, os agentes apreenderam 49 veículos de alto padrão — entre eles um Corvette avaliado em R$ 1,5 milhão — além de duas motos aquáticas, artigos de alto valor e R$ 600 mil em espécie.
Prisão
Gladison foi preso por posse ilegal de arma, mas liberado após pagar fiança de R$ 60 mil. Mesmo após a operação, o casal voltou a promover rifas na internet, incluindo a de um carro de alto padrão apreendido pela polícia, o que levou à decretação de sua prisão preventiva.
Em 9 de agosto, Gladison foi detido novamente, mas a prisão foi revogada em 13 de agosto após parecer favorável do promotor de Justiça Tiago Moreira, que aceitou os argumentos da defesa. No entanto, medidas restritivas foram impostas, como o recolhimento dos passaportes, uso de tornozeleira eletrônica e proibição de sair de casa durante a noite.
Contraponto
"Pamela e Gladison não cometerem qualquer irregularidade. Eles são divulgadores de sorteios realizados por empresas cadastradas, regularizadas e devidamente fiscalizadas pela Susepe e Ministério Fazenda. As acusações apresentadas até aqui são fruto de equívocos e desconhecimento técnico de parte das atividades comerciais na internet. Todas essas questões serão devidamente esclarecidos no curso da investigação. André Callegari e Marília Fontenele, advogados de Pâmela e Gladson."