Desde a guerra do Golfo, a primeira transmitida ao vivo e a cores na TV, não víamos imagens tão tristes quanto as cenas do conflito que, há seis meses, assombra o mundo no Oriente Médio. Depois do ataque terrorista dos criminosos do Hamas, da reação brutal israelense, das cenas de reféns judeus subjugados e mortos e de centenas de crianças dilaceradas e traumatizadas na Faixa de Gaza, a guerra avança a um novo patamar.
Pior para todos.
Aqui, a mais de 11 mil quilômetros de distância do conflito, nós também sentiremos os efeitos da escalada, dependendo dos rumos que a briga tomar. Enquanto escrevo este texto, na manhã de domingo (14), o desfecho ainda é imprevisível.
A resposta aérea de Teerã era esperada, ainda que lamentável: foi a retaliação a Israel pelo ataque à embaixada iraniana na Síria. Em tempo de evitar uma nova tragédia, o sistema de defesa israelense conseguiu abater 99% dos 200 mísseis e drones disparados pelo Irã. As imagens e os sons da batalha travada no céu de Jerusalém ganharam o mundo.
E agora? O que virá depois? Onde isso vai parar?
No Brasil, o confronto - como quase tudo - assumiu os contornos políticos de sempre, com lulistas e bolsonaristas se engalfinhando e simplificando algo que pode ser tudo, menos um tema simples. Ou você é defensor de terroristas e antissemita ou contrário ao povo palestino, ou é "do bem" ou "do mal", em um maniqueísmo estúpido que impede qualquer diálogo. Está tudo errado. Aqui e lá.
O que nós e o mundo precisamos agora, mais do que nunca, é de ponderação, porque o cenário ainda pode piorar. E muito.