Vá lá, é difícil prever que tipos de ingredientes e receitas vão cair no gosto das pessoas que costumam (e podem) frequentar restaurantes ou preparar refeições especiais em casa, mas o jornal norte-americano The New York Times - um dos mais respeitados do mundo - ouviu experts no tema e aponta vem pela frente. São nove previsões de pratos, bebidas e formas de alimentação que prometem fazer sucesso em 2024 nos círculos gastronômicos.
Li a seleção, assinada por Kim Severson, e separei alguns pontos para comentar com você.
A primeira é: os snacks vão bombar. Não sei se isso é bom ou ruim, mas, segundo o NYT, o ano "será dos lanches". A chave aqui é qualidade e inovação. Petiscos "pequenos e deliciosos" serão a forma mais econômica de explorar novas cozinhas e sabores diferentes - em especial os híbridos culturais - sem ter de gastar rios de dinheiro com isso. Essa é a ideia. Se for assim, estou dentro. E você?
Outra curiosidade: a água vai ganhar cada vez mais destaque, tanto em termos de cuidados com o planeta quanto em formas de consumo, a começar por novas versões saborizadas.
Em 2023, o TikTok (a rede social que caiu nas graças do público mais jovem) já difundiu uma profusão de vídeos curtos com pessoas adicionando sabores ao líquido transparente e incolor (como essências, ervas, especiarias, frutas, etc.). A tendência é isso crescer. Não se surpreenda, portanto, se começar a ver por aí "sommeliers de água" e dicas sobre "hidratação premium" (cuidado para não cair em "roubadas").
O lado bom dessa história é que, segundo as projeções do jornal, novas maneiras de usar resíduos para produzir água surgirão (como o líquido que sobra após a colheita do cacau, por exemplo) e ganharão prioridade (será mesmo?).
Além disso, a gestão do recurso (que muita gente pensava ser infinito) também terá destaque, com consumidores buscando alimentos e bebidas "que exijam menos água na produção". Cá entre nós, maior consciência na compra seria ótimo, mas tenho lá minhas dúvidas se realmente vai acontecer. Você pensa nisso quando compra um produto no supermercado? Eu tento. O desafio é ir além.
Outras duas previsões curiosas: o trigo sarraceno (e tudo o que se pode fazer com ele) será uma das estrelas de menus mundo afora, tanto quanto os coquetéis com gosto de... comida!
Sobre o grão, para quem se preocupa com o clima e a saúde, ele é considerado é uma excelente cultura de cobertura do solo (do tipo forragem, que ajuda a mantê-lo saudável). E também é rico em proteínas e fibras.
Sobre os drinques: em Nova York, já é possível, por exemplo, pedir uma dose com "sabor de salada Waldorf". Ou um "martini Caprese". No Alabama, já tem bar vendendo "gin com infusão de salmão defumado, vermute e salmoura de alcaparras". Estes são só alguns exemplos dessa nova (e bizarra?) tendência. Não sei você, mas eu estou disposta a experimentar. Se vou gostar, aí já são "outros 500".
Mas e o sabor do ano? Qual será? Nos EUA, o NYT aposta todas as fichas nos sabores florais. Entram na lista a flor de cerejeira e a violeta, tanto quanto as plantas silvestres. Em 2022, escrevi um artigo perguntando se você já havia ouvido falar em Panc. Pois é, hora de saber: clica aqui.
Para finalizar, quero destacar só mais um detalhe das previsões: a velha e boa sopa, acredite, será o "prato de 2024". Mas não qualquer uma: os mash-up interculturais, para mergulhar na crescente popularidade dos alimentos de lugares como Camboja, Cingapura e Indonésia. Ou seja: as sopas "diferentonas" serão as queridinhas do ano. Mas, se você gosta mesmo é da sopa da vovó, não tem problema, não. Aqui na coluna a gente concorda.