A restauração dos antigos Cines Imperial e Guarani já pode virar enredo de filme. Pela terceira vez, a recuperação do imóvel tem o contrato rescindido.
O prédio está localizado na Rua dos Andradas, na frente da Praça da Alfândega. O imóvel é da prefeitura, mas a obra é de competência da Caixa.
O contrato entre a empresa Enclimar, responsável pela reforma, e a instituição bancária, foi rescindido de forma amigável. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União de sexta-feira (16).
A coluna procurou a assessoria do banco para saber os motivos, mas ainda não há uma explicação para a medida. A restauração começou em julho do ano passado estava parada desde maio, por causa a enchente.
Desde o início da última reforma, não se sabia o que já havia sido feito, o que ainda faltava fazer, quais foram os danos causados pela enchente e qual seria o novo prazo de conclusão.
O contrato da revitalização tinha duração de dois anos, mas a conclusão das obras era aguardada para outubro. A restauração foi contratada pelo custo de R$ 18,54 milhões.
Os custos eram arcados pela Caixa, que pretende usar parte da área pelo prazo de 30 anos. Nos três primeiros três andares irá surgir o projeto Caixa Cultural. Nele haverá um cine-teatro com 650 lugares — capacidade semelhante à do Theatro São Pedro —, além de salas para exposições e um miniauditório.
Os demais oito dos 11 andares serão ocupados pela prefeitura, que vai definir quem irá se transferir para o prédio. A Secretaria Municipal da Cultura é uma das que deve preparar a mudança.
Fechado há 19 anos, o prédio começou a ser restaurado em 2007. Parou em 2011, após o surgimento de uma rocha de grandes dimensões. Em 2015, a reforma foi retomada e durou até 2017, quando a empresa responsável abandonou a construção.
O edifício foi um dos primeiros arranha-céus da cidade. É um dos grandes exemplares da art déco no Brasil. Passou por duas reformas, em 1960 e 1987, quando foi inaugurado o Cinema Guarani, e, em abril de 2004 foi tombado como patrimônio histórico municipal.