A reforma do prédio do antigo Cine Imperial, na Praça da Alfândega, está há mais de 100 dias parada. Os trabalhos foram suspensos com a enchente de maio.
Não há informação sobre quando será possível retomar o serviço. Tapumes cobrem o andar térreo do imóvel.
O prédio é de propriedade da prefeitura de Porto Alegre, mas a reforma é de competência da Caixa. Procurada, a assessoria da instituição financeira dá raríssimas informações. Nem mesmo a Secretaria Municipal de Cultura tem recebido atualizações.
“A Caixa informa que, em decorrência das inundações que atingiram o Rio Grande do Sul em maio de 2024, as obras do Edifício Imperial tiveram seu andamento comprometido, além da execução dos serviços de implantação do projeto da edificação. O banco esclarece que está atualizando os estudos técnicos para retomada da obra”.
Desde o início da reforma, não se sabe o que já foi feito, o que ainda falta fazer, quais foram os danos causados pela enchente e qual será o novo prazo de conclusão. A coluna buscou autorização para entrar no prédio, a fim de conferir a situação do local, o que também não foi autorizado.
Os trabalhos começaram em julho do ano passado e seguiram até abril de 2024. A empresa Enclimar foi contratada pela Caixa para realizar o serviço.
O contrato da revitalização tem duração de dois anos, mas a conclusão das obras era aguardada para outubro. O valor da restauração é de R$ 18,54 milhões, mas o montante irá passar por reajustamento.
Os custos serão arcados pela Caixa, que poderá usar parte da área pelo prazo de 30 anos. Nos três primeiros três andares irá surgir o projeto Caixa Cultural. Nele haverá um cine-teatro com 650 lugares — capacidade semelhante à do Theatro São Pedro —, além de salas para exposições e um miniauditório.
Os demais oito dos 11 andares serão ocupados pela prefeitura, que vai definir quem irá se transferir para o prédio. A Secretaria Municipal da Cultura é uma das que deve preparar a mudança.
Fechado há 19 anos, o prédio começou a ser restaurado em 2007. Parou em 2011, após o surgimento de uma rocha de grandes dimensões. Em 2015, a reforma foi retomada e durou até 2017, quando a empresa responsável abandonou a construção.
O edifício foi um dos primeiros arranha-céus da cidade. É um dos grandes exemplares da art déco no Brasil. Passou por duas reformas, em 1960 e 1987, quando foi inaugurado o Cinema Guarani, e, em abril de 2004 foi tombado como patrimônio histórico municipal.