Foi aberta a negociação para que o governo do Estado repasse dois aeroportos do Rio Grande do Sul para a Infraero. Um deles fica em Torres, no Litoral Norte. O outro está localizado em Canela, na Região das Hortênsias.
No domingo (7), o governador enviou ofício ao ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e ao presidente da Infraero, Rogerio Barzellay. No documento, Eduardo Leite respondeu à uma proposta da empresa pública federal sobre devolução para a União da outorga de aeroportos regionais do Rio Grande do Sul.
A Infraero se comprometeu a, num prazo de 15 dias, operar os terminais. Eles terão voos regulares com possibilidade de transportar até nove passageiros por viagem em Canela e até 72 passageiros em Torres. Em até 45 dias, a empresa pública manifesta intenção de viabilizar voo transportando até 165 passageiros no aeroporto do litoral norte gaúcho e 72 passageiros no terminal da Região das Hortênsias.
Leite destaca que, se as obras necessárias forem feitas, não irá se opor em repassar os aeroportos que a Infraero já se interessou em assumir.
— O Estado do Rio Grande do Sul entende, desde que garantida a realização de todos os investimentos necessários, ser viável a revisão da delegação já realizada dos aeroportos de Canela e Torres — informa o governador em trecho do documento que a coluna teve acesso.
No final do mês passado, o governador chegou a anunciar que faria um investimento de R$ 9 milhões no aeroporto de Torres, mesmo havendo interesse da Infraero em assumir o terminal. Uma reunião nesta terça-feira está marcada com o ministro Silvio Costa Filho quando o assunto será abordado.
— Nosso objetivo é melhorar a infraestrutura desses aeroportos independente de quem faça o investimento — destaca o secretário Pedro Capeluppi, que também deverá participar do encontro.
O governo contratou um estudo de uma consultoria técnica especializada que apontou os investimentos necessários. Estas obras são consideradas "primordiais" para que os aeroportos regionais auxiliem na ampliação de voos causadas pela suspensão das operações do aeroporto Salgado Filho. O implemento reforçaria a preparação do Estado para "eventuais próximos eventos extremos".
Para Canela, o investimento previsto é de aproximadamente R$ 7 milhões. Desse total, R$ 4,46 milhões seriam aplicados na ampliação da pista de pouso e decolagem. O aeroporto era gerido pela prefeitura. Mas a administração municipal enfrentava problemas para atender as exigências da Agência Nacional de Aviação Civil.
Já em Torres, o valor a ser gasto é menor: R$ 1,69 milhão. A melhoria da pista também é o maior investimento: R$ 788,22 mil.
Além disso, Leite pede que o governo federal inclua os terminais de Torres e Canela na política de concessões aeroportuárias. Esse repasse futuro dos aeroportos para a iniciativa privada garantiria "fluxo de investimentos contínuos", de acordo com o governador.