Novamente atingida por um evento climático, Caraá, no Litoral Norte, enfrenta dificuldades para conseguir se reerguer. No próximo final de semana, o município completará três meses desde que um ciclone extratropical passou pela região, vitimando cinco pessoas na cidade.
Desde então, a prefeitura vem tentando restabelecer acessos, mas um novo ciclone em julho e a enchente da semana passada voltaram a atingir a estrutura da cidade. Sem dinheiro em caixa, a ajuda é aguardada dos governos do estado e federal.
O prefeito Magdiel dos Santos Silva (PSDB) aponta as dificuldades enfrentadas até agora. Com apenas uma pessoa trabalhando no planejamento da cidade, e com um engenheiro para atualizar os projetos, somente no fim do mês passado a prefeitura conseguiu enviar para Brasília o plano de trabalho para reconstrução de 69 pontes que foram afetadas no município. Desse total, 12 foram totalmente comprometidas e 57 tiveram danos estruturais.
A dificuldade de acesso às pontes faz com que, em dias de chuva parte dos moradores fiquem isolados. Além disso, 50 casas ainda seguem destruídas no município. Somente nesta segunda-feira (11), a prefeitura vai conseguir enviar para a Defesa Civil Nacional o plano de trabalho, que permitirá que ela tenha acesso a recursos federais para reconstrução das moradias.
- O que nos atrapalha muito é a falta de mão de obra. Seria bom se o governo do estado pudesse fornecer engenheiros, mas a gente sabe que lá não está sobrando também. Estou tentando brigar por recursos do governo federal - destaca Silva.
Enquanto isso, o prefeito contabiliza 100 pessoas que decidiram não esperar e deixaram a cidade, dizendo que não mais voltarão. Quem ainda aguarda está alojado em casa de amigos ou parentes ou está vivendo de aluguel.
Ele também irá atrás de mais uma liberação de retroescavadeiras e servidores do governo do Estado. Todo o recurso repassado pelo Palácio Piratini já se esgotou e a enchente da semana passada fez com que todo o trabalho de 80 dias fosse perdido.
Outro problema é na área da saúde. O posto Rio dos Sinos ainda não conseguiu retomar suas atividades por falta de estrutura. A estrutura do imóvel está comprometida, segundo o prefeito, e 90% dos equipamentos foram perdidos. Silva diz estar em busca de algum programa do governo do Estado para conseguir fazer a reforma necessária.