Município mais afetado pelo ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul na segunda quinzena de junho, Caraá, no Litoral Norte, ainda tem entre 150 e 200 pessoas fora de casa - são famílias que perderam seus imóveis e vivem na casa de amigos ou parentes sem perspectiva de retomarem suas rotinas. Com estragos sendo contabilizados, a população se preocupa com o anúncio de um novo fenômeno atuando sobre o Estado a partir da próxima sexta-feira.
— A comunidade está traumatizada ainda, e claro que vai ficar. Para uma próxima eventualidade climática, já estaremos melhor preparados. Estamos monitorando as condições climáticas com a Defesa Civil — disse o prefeito Magdiel Silva.
Em Maquiné, que da mesma forma sofreu com a enxurrada, a prefeitura também monitora e mantém contato com a Defesa Civil Estadual.
— Se for necessário, vamos acionar um plano de contingência para abrigar as famílias com mais risco — afirmou o prefeito João Marcos Bassani dos Santos, que no episódio de junho gravou um vídeo apelando para que moradores de áreas baixas deixassem suas casas.
Em todo o Rio Grande do Sul, 16 pessoas morreram por conta do ciclone, sendo cinco em Caraá e três em Maquiné.
Reconstrução
Segundo o prefeito de Caraá, representantes do município buscam auxílio financeiro com os governos estadual e federal. As principais preocupações são com habitação, emprego e setor de agropecuária. Os acessos por terra às comunidades que antes estavam isoladas foram regularizados.
No setor calçadista, por exemplo, o Magdiel destaca que pelo menos três empresas - que empregam 120 pessoas - devem fechar as portas de forma definitiva, já que foram totalmente destruídas.
Já na agropecuária, a plantação de hortifrutis é a principal fonte de renda das famílias, com destaque para a batata-doce. Técnicos da Emater estão auxiliando os agricultores, mas a avaliação é de que o solo pode ficar até três anos improdutivo.
Para as famílias que perderam completamente suas residências, o plano da prefeitura é construir um condomínio habitacional por meio do programa Minha Casa Minha Vida. No entanto, o processo ainda é inicial e a localização de um terreno adequado é o principal empecilho no momento.