O ciclone extratropical que passou pelo Rio Grande do Sul gerou prejuízo de R$ 149 milhões na agricultura gaúcha. Os dados foram divulgados no início da noite desta quinta-feira (22) pela Emater-RS. Ao menos 8.115 propriedades registraram problemas.
O relatório aponta que lavouras de 584 localidades em 62 municípios foram danificadas. Dentre as culturas que acumulam mais perdas estão os hortifrutigranjeiros e a fruticultura. Apenas na produção de bergamota, foram perdidas mais de 9 mil toneladas. Já no cultivo de alface, o número é ainda maior: foram 15 mil toneladas que não puderam ser mais aproveitadas.
Outras plantações também tiveram grandes prejuízos, como de couve-brócolis, com 4,3 mil toneladas, couve-flor, com 3,8 mil toneladas e bananas, com 3,9 mil toneladas. As perdas foram concentradas principalmente no Litoral Norte e na Região Metropolitana.
As fortes chuvas, seguidas de fortes rajadas de vento e grandes inundações, destruíram também lavouras de grãos. Os produtos mais atingidos foram o milho e o milho silagem. A produção animal foi outra que sofreu forte impacto, com 61 mil cabeças de aves comerciais e 586 cabeças de gado de corte perdidas.
Em entrevista ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, o secretário de Desenvolvimento Rural do Estado, Ronaldo Santini, destacou o intenso trabalho que deve ser colocado em prática a partir de agora, para mitigar os danos estruturais e econômicos.
— Pretendemos atuar tanto na recuperação de rodovias e no escoamento de produção, até a recuperação das próprias áreas atingidas da agricultura, como programas de recuperação de solo que foram solicitados, programas de liberação de recursos para financiamento dos produtores e outros que estamos discutindo junto ao governo federal — afirma.
Entre as cidades mais afetadas estão Caraá e Maquiné. Além de registrar diversos danos materiais, os dois municípios do Litoral Norte também concentram metade das perdas humanas, com oito das 16 mortes registradas durante o ciclone.