O Governo gaúcho decidiu incluir a construção da RS-010 nos projetos que estão avaliando as futuras concessões de rodovias estaduais. Em 2022, um estudo confirmou a viabilidade da obra.
Também chamada previamente de Rodovia do Progresso, a estrada terá 41 quilômetros e passará por nove municípios, ligando Porto Alegre a Sapiranga. O traçado da RS-010 já foi definido.
- A ideia é estudar a viabilidade. O estudo vai determinar o custo dessas obras, e, a partir disso, vamos avaliar se é possível incluir na concessão - destaca o secretário estadual de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o responsável por fazer o levantamento. A previsão é que os estudos sejam finalizados até o fim do ano.
A projeção é que o investimento necessário para a construção da rodovia chegue a R$ 1,73 bilhão. Somente para fazer o projeto executivo - etapa anterior às obras- é necessário fazer um investimento de R$ 15 milhões.
Concessão já foi avaliada
Essa rodovia foi sonhada durante o governo de Yeda Crusius. Na ocasião, a Rodovia do Parque não existia e a BR-116 registrava congestionamentos quilométricos diariamente.
A construtora Odebrecht chegou a desenvolver um estudo de viabilidade, ao custo de R$ 4 milhões. A empresa nunca foi ressarcida pelo serviço realizado.
O projeto previa um investimento total de R$ 1,1 bilhão, feito em forma de Parceria Público Privada (PPP). Para ser ressarcida pelo gasto, a empresa que vencesse a disputa construiria 12 praças de pedágio ao longo do traçado, principalmente nas entradas e saídas da rodovia. Além disso, o governo do Estado desembolsaria R$ 70 milhões por ano durante duas décadas.
Já no governo de Tarso Genro, a proposta foi remodelada. A empresa vencedora da licitação, construiria a estrada e duas praças de pedágio na rodovia. Os custos de desapropriações seriam bancados pelo governo. As áreas no entorno da rodovia teriam destinação para empreendedores, investimentos logísticos e condomínios. A obra seria executada em três fases. O traçado começaria por Canoas e se estenderia até o Vale do Sinos.
No governo de José Ivo Sartori, nenhuma das propostas foi levada adiante. Também não foi criada uma nova alternativa. O assunto foi retomado no governo de Eduardo Leite, quando a STE foi contratada para realizar o EVTEA.
Importância da RS-010
De acordo com o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) da RS-010, realizado pela empresa STE, a rodovia está em uma área que abrange, de maneira indireta, 90 municípios e impacta mais de cinco milhões de gaúchos, o equivalente a 44% da população do Rio Grande do Sul.
Atualmente, as rodovias existentes nesta região têm alto tráfego local de cargas e pessoas. A RS-010, onde está sendo planejada, atenderia uma área central da Região Metropolitana onde há um “vazio” na malha rodoviária.
RS-239
A Secretario de Parcerias também incluiu 34 quilômetros da RS-239, no trecho entre Riozinho e Maquiné, nesta avaliação que é conduzida pelo BNDES. Atualmente, essa região é de responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Já o trecho entre Estância Velha e Sapiranga recebe os cuidados da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).