Demorou, mas, enfim, foi concluído o estudo que analisa a criação de uma nova rodovia na Região Metropolitana de Porto Alegre. O levantamento foi iniciado em agosto de 2020 e avaliou a possibilidade de se construir a RS-010, previamente denominada Rodovia do Progresso.
De acordo com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) - realizado pela empresa STE - apontou a viabilidade da construção da estrada. Foi levado em conta o traçado da rodovia, os impactos ambientais e as futuras desapropriações.
A ideia é ligar 11 municípios entre Porto Alegre e Sapiranga, em 41,75 quilômetros, ao leste da BR-116. A RS-010 iniciaria na freeway e terminaria na RS-239.
"Trata-se de um anel viário para a região metropolitana e uma ligação importante entre os 11 municípios da região, além de servir como alternativa para o desvio do tráfego da BR-116", informa a autarquia por meio de nota.
A partir de agora, o Daer deverá contratar uma nova empresa, que ficará responsável por construir um projeto mais detalhado. Também será avaliado se o governo gaúcho irá avaliar se a obra poderá ser realizada com recursos próprios ou se precisará de investimento privado. Caso essa segunda opção seja escolhida, a rodovia poderá ganhar pedágio como forma de ressarcir o investimento feito por quem ganhar a licitação.
Mais de um década de espera
A rodovia foi sonhada durante o governo de Yeda Crusius. Na ocasião, a Rodovia do Parque não existia e a BR-116 registrava, diariamente, congestionamentos quilométricos.
A construtora Odebrecht chegou também a desenvolver um estudo de viabilidade, ao custo de R$ 4 milhões. A empresa nunca foi ressarcida pelo serviço realizado.
O projeto previa um investimento total de R$ 1,1 bilhão, feito em forma de Parceria Público Privada (PPP). Para ser ressarcida pelo gasto, a empresa que vencesse a disputa construiria 12 praças de pedágio ao longo do traçado, principalmente nas entradas e saídas da rodovia. Além disso, o governo do Estado desembolsaria R$ 70 milhões por ano durante duas décadas.
Já no governo de Tarso Genro, a proposta foi remodelada. A empresa vencedora da licitação, construiria a estrada e duas praças de pedágio na rodovia. Os custos de desapropriações seriam bancados pelo governo. As áreas no entorno da rodovia teriam destinação para empreendedores, investimentos logísticos e condomínios. A obra seria executada em três fases. O traçado começaria por Canoas e se estenderia até o Vale do Sinos.
No governo de José Ivo Sartori, nenhuma das propostas foi levada adiante. Também não foi criada uma nova alternativa. O assunto foi retomado no governo de Eduardo Leite, quando a STE foi contratada para realizar o EVTEA.