A Região Metropolitana de Porto Alegre poderá ganhar uma nova rodovia estadual. O caminho ainda é longo, mas o processo foi iniciado.
A empresa STE foi contratada para desenvolver um estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (Evtea) que irá avaliar a criação da RS-010, com extensão prevista de 41,75 quilômetros. A ideia é ligar os municípios de Porto Alegre e Sapiranga com a construção de uma nova rodovia, ao Leste da BR-116, iniciando na freeway e terminando na RS-239.
Para fazer o levantamento, a empresa irá receber R$ 290 mil e precisará apresentar o resultado em seis meses. A rodovia sequer existe, mas já foi batizada: Rodovia do Progresso.
Os estudos deverão levar em consideração o traçado da rodovia, os impactos ambientais e desapropriações. Já a análise econômica irá comparar os custos do empreendimento e os benefícios ao longo da vida útil da rodovia. Após concluído o Evtea, o governo irá avaliar se a obra poderá ser realizada com recursos próprios ou se precisará de investimento privado. Caso essa segunda opção seja escolhida, a rodovia poderá ganhar pedágio como forma de ressarcir o investimento feito por quem ganhar a licitação.
De posse do estudo de viabilidade, o governo poderá usar o material e montar um edital, que irá prever projetos mais detalhados. Posteriormente, uma nova licitação deverá ser realizada para contratar a empresa que executaria a construção.
Segundo o governo, a estrada "tem o propósito de oferecer uma nova alternativa de acesso entre as regiões da Serra, Vale do Paranhana, Vale do Sinos e a área metropolitana, ainda mais após concluída a duplicação da RS-118".
- O documento é o início da realização de um grande empreendimento, que é a pavimentação da RS-010. Portanto, é uma alternativa real para promover melhores condições de tráfego e fluidez na mobilidade urbana da Região Metropolitana de Porto Alegre, já que deve ajudar desafogar o trânsito da BR-116 - destaca o secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella.
A rodovia foi sonhada durante o governo de Yeda Crusius. Na ocasião, a Rodovia do Parque não existia e a BR-116 registrava congestionamentos quilométricos diariamente.
A construtora Odebrecht chegou também a desenvolver um estudo de viabilidade, ao custo de R$ 4 milhões. Até hoje não há informação se a empresa foi paga pelo serviço realizado.
O projeto previa um investimento total de R$ 1,1 bilhão feito em forma de Parceria Público Privada (PPP). Para ser ressarcida pelo gasto, a empresa que vencesse a disputa construiria 12 praças de pedágio ao longo do traçado, principalmente nas entradas e saídas da rodovia. Além disso, o governo do Estado desembolsaria R$ 70 milhões por ano durante duas décadas.
Já no governo de Tarso Genro, a proposta foi remodelada. A empresa vencedora da licitação, construiria a estrada e duas praças de pedágio na rodovia.
Os custos de desapropriações seriam bancados pelo governo. As áreas no entorno da rodovia teriam destinação para empreendedores, investimentos logísticos e condomínios. A obra seria executada em três fases. O traçado começaria por Canoas e se estenderia até o Vale do Sinos.
- Criaríamos um fundo imobiliário para capturar a valorização das áreas desapropriadas que financiaria novas desapropriações e parte da contrapartida - destaca o advogado João Victor Domingues, secretário estadual de Infraestrutura e Logística do governo Tarso.