Está chegando a hora. O relatório preliminar do estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (Evtea) que avalia a criação da RS-010 será conhecido até o final do mês.
Para fazer o levantamento, a empresa STE está recebendo R$ 290 mil. O estudo completo será entregue ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) até junho. O projeto só será finalizado após consulta pública com os moradores dos municípios envolvidos.
A rodovia sequer existe, mas já foi batizada: Rodovia do Progresso. A ideia é ligar os municípios de Porto Alegre e Sapiranga, em 41,75 quilômetros, com a construção de uma nova rodovia, ao leste da BR-116, iniciando na freeway e terminando na RS-239.
Os estudos deverão levar em consideração o traçado da rodovia, os impactos ambientais e desapropriações. Já a análise econômica irá comparar os custos do empreendimento e os benefícios ao longo da vida útil da rodovia. Após concluído o Evtea, o governo irá avaliar se a obra poderá ser realizada com recursos próprios ou se precisará de investimento privado. Caso essa segunda opção seja escolhida, a rodovia poderá ganhar pedágio como forma de ressarcir o investimento feito por quem ganhar a licitação.
De posse do estudo de viabilidade, o governo poderá usar o material e montar um edital, que irá prever projetos mais detalhados. Posteriormente, uma nova licitação deverá ser realizada para contratar a empresa que executaria a construção.
Mais de um década de espera
A rodovia foi sonhada durante o governo de Yeda Crusius. Na ocasião, a Rodovia do Parque não existia e a BR-116 registrava, diariamente, congestionamentos quilométricos.
A construtora Odebrecht chegou também a desenvolver um estudo de viabilidade, ao custo de R$ 4 milhões. Até hoje não há informação se a empresa foi paga pelo serviço realizado.
O projeto previa um investimento total de R$ 1,1 bilhão, feito em forma de Parceria Público Privada (PPP). Para ser ressarcida pelo gasto, a empresa que vencesse a disputa construiria 12 praças de pedágio ao longo do traçado, principalmente nas entradas e saídas da rodovia. Além disso, o governo do Estado desembolsaria R$ 70 milhões por ano durante duas décadas.
Já no governo de Tarso Genro, a proposta foi remodelada. A empresa vencedora da licitação, construiria a estrada e duas praças de pedágio na rodovia. Os custos de desapropriações seriam bancados pelo governo. As áreas no entorno da rodovia teriam destinação para empreendedores, investimentos logísticos e condomínios. A obra seria executada em três fases. O traçado começaria por Canoas e se estenderia até o Vale do Sinos.
No governo de José Ivo Sartori, nenhuma das propostas foi levada adiante. Também não foi criada uma nova alternativa.