Dentro do pacote de investimentos na área da infraestrutura que o governo federal destinou para o Rio Grande do Sul, a nova ponte do Guaíba também foi contemplada. O orçamento de 2023 encaminhado ao Departamento Autônomo de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é de R$ 84 milhões.
O montante é expressivo, mas não atende às necessidades da construção. Inclusive, os recursos não poderão ser usados na obra. Há dois motivos para isso: primeiro porque é necessário resolver a situação das famílias moradoras das vilas Areia e Tio Zeca, que hoje estão no traçado das quatro alças restantes da nova ponte.
Sem a remoção de ao menos 400 das 600 moradias, é impossível realizar a obra. Somente para a transferência das famílias, o Dnit precisa investir aproximadamente R$ 100 milhões.
A partir de um pedido do ministro dos Transportes, Renan Filho, o governo do Estado poderá reforçar o caixa para esta necessidade. O assunto vem sendo costurado com o Secretário Estadual de Habitação e Regularização Fundiária.
O segundo motivo é que hoje não há um contrato em vigor que permita uma empresa executar os serviços necessários. O vínculo com a construtora Queiroz Galvão chegou ao fim no segundo semestre de 2021, mesmo sem a finalização das quatro alças restantes. Para que a obra possa ser retomada, o Dnit precisaria relançar uma licitação para contratar um novo executor. Mas essa alternativa não é avaliada.
O governo federal incluiu a nova ponte do Guaíba no repasse de rodovias que será feito para a iniciativa privada: BR-290, da BR-116, da BR-158 e da BR-392. No planejamento apresentado, a execução das alças restantes da nova ponte será realizada no quarto ano desta futura concessão. Como sequer o edital foi lançado, e depende de aprovação prévia do Tribunal de Contas da União, a obra só começaria a ocorrer, num cenário positivo, a partir de 2026.
Alças restantes
A alça de quem sai da Avenida Castello Branco para Eldorado do Sul é a principal. Mas também precisam ser construídos o acesso de quem vem de Gravataí pela freeway e vai para o Humaitá, a alça de quem vem de Eldorado do Sul e vai para o mesmo destino, e o sentido contrário, de quem sai do bairro e vai para Eldorado do Sul.