Novamente, a Praça da Matriz está pedindo ajuda. Os frequentadores do espaço verde já identificam problemas de má conservação no local.
Em maio de 2022, o local foi reinaugurado. Durante um ano e dez meses, a praça recebeu R$ 2,39 milhões de investimento público.
Todo esse trabalho está sendo perdido, pois a praça não tem recebido manutenção, em um sinal de situação de abandono. Bancos, muros e monumentos estão pichados. O calçamento com pedras portuguesas já se soltam, bojos de postes de luz e lâmpadas estão faltando.
O Monumento a Júlio de Castilhos foi restaurado um pouco antes. Entre 2017 e 2018, foi investido R$ 1,105 milhão na substituição de materiais degradados, limpeza, reboco, pintura e instalações elétricas nas luminárias.
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Smsurb) informa que será feita uma vistoria na praça para avaliar a necessidade de reparos. No caso das luminárias, a concessionária Ipsul também fará avaliação para realização de reparos.
Pedido do prefeito
Em março do ano passado, o prefeito Sebastião Melo chegou a sugerir que o Palácio Piratini, a Assembleia Legislativa e o poder judiciário adotassem a praça, já que ela tem estes vizinhos ilustres. Do pedido veio o silêncio.
Segundo a Secretaria Municipal de Parcerias, desde que a praça foi revitalizada, nenhuma instituição se apresentou para fazer a sua adoção. Uma das justificativas é que ela é tombada e não pode receber muitas intervenções.
Enxugando gelo
Os problemas enfrentados na Praça da Matriz revelam um dos grandes males da administração municipal. Os agentes públicos batalham para conseguir recursos para fazerem obras necessárias. As intervenções duram anos. Ao final dos trabalhos, se não houver um plano de conservação, o bem restaurado vai definhando. Após anos de descaso, os agentes públicos voltam a tentar buscar recursos demonstrando que estamos apenas enxugando gelo.
Para tentar reverter essa lógica, os últimos dois governos municipais estão buscando parcerias e lançando processos de concessão, a fim de tirar das mãos da prefeitura a manutenção dos espaços públicos. Mas esse processo ainda engatinha. O trecho três da orla do Guaíba e alguns viadutos adotados são alguns exemplos que mostram qual caminho precisa ser seguido.