Quando vale a pena pagar pedágio? Quanto o motorista está disposto a gastar para trafegar em uma rodovia em boas condições? E qual o período que o usuário aceita esperar para que a estrada concedida esteja totalmente recuperada?
A concessão da RS-287 já foi comemorada - quando o grupo Sacyr venceu o leilão com deságio de 54% - e também criticada - em meio à atuação da empresa ao longo do primeiro ano de contrato. Só pelo fato da rodovia não ter buracos ao longo dos 204 quilômetros de concessão, a atuação da empresa já seria passível de comemoração.
Mas, com cinco pontos de cobrança, com tarifa de R$ 4,10 para carros, a concessionária Rota de Santa Maria precisa apresentar mais. As ondulações encontradas em vários trechos da RS-287 ainda trazem desconforto e insegurança. Em um dos pontos, a coluna encontrou um cocuruto de cinco centímetros no asfalto.
Nos padrões das rodovias administradas pelo Estado, esse tipo de dano na pista é algo corriqueiro. Numa estrada pedagiada é um defeito grave.
A concessionária relata que vem atuando para diminuir ainda mais as imperfeições no pavimento. E a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) informa, inclusive, que já está notificando a empresa para que providências sejam tomadas.
Os usuários da RS-287 tem pressa. E com razão. Precisam pagar R$ 20,50 para fazer o deslocamento no trecho pedagiado.
Além da recuperação da estrada, a concessão trará a duplicação da rodovia. Contratualmente, a empresa tem prazos para executar as melhorias previstas, que não são poucas. Se a estrada não está ainda em plenas condições, o motorista sabe que a RS-287 já foi bem pior, num passado bem recente.