Na terça-feira (27), a coluna se propôs explicar por que os valores dos pedágios no Rio Grande do Sul são mais caros do que os de Santa Catarina. A diferença existe e os motivos são diferenciados.
Inflação e taxa de juros, previsão de crescimento do País e o tipo de contrato assinado fazem com que a comparação entre os dois Estados seja muito difícil de ser feita. Além disso, é preciso analisar a relação de obras previstas em cada uma das concessões.
Sobre este último item, o conselheiro-presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), vai além. PhD em transportes, o engenheiro Luiz Afonso Senna ressalta que os valores dos pedágios estão intrinsecamente ligados com as intervenções estipuladas em contrato.
Quanto maior for a relação de obras, mais elevada será a tarifa. No caso do contrato assinado entre o grupo CCR no trecho sul da BR-101 catarinense e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) - que Senna já foi diretor - a avaliação é que o valor do pedágio poderia ser ainda menor.
- Conceitualmente, estão caros estes pedágios de Santa Catarina. Eles só fazem a conservação. O custo até poderia ser menor. Eles (CCR ViaCosteira) entraram (na rodovia) para cobrar. Só fazem a manutenção. Então, poderiam ser até ser mais barato ainda. E, proporcionalmente com os pedágios daqui, são até caros, analisando o investimentos previstos - destaca Senna.
Atualmente, a CCR ViaCosteira cobra R$ 2,40 para carros, em cada um dos quatro pontos de cobrança entre Passo de Torres e Palhoça. Como assumiu uma rodovia totalmente duplicada, com novos túneis, pontes, passarelas e viadutos, a concessionária não tem tantos investimentos para tirar do papel, o que a possibilitaria ofertar uma tarifa mais baixa, segundo Senna.
- Este é o ponto central. A concessionária só faz manutenção. Não há grandes investimentos. Ao contrário das outras empresas que têm que fazer grandes investimentos para colocar as rodovias em um padrão mínimo de uso - conclui o engenheiro.
Outro fator importante é a quantidade de veículos que passam pelas estradas pedagiada, o que deixa a comparação com rodovias estaduais ainda mais desproporcional. Quanto mais gente paga pedágio, ou quanto menor for o investimento previsto em contrato, a tarifa será mais reduzida.