Tinha tudo para atrasar. E é exatamente isso que está ocorrendo.
A revitalização do Quadrilátero Central é uma obra que vai embelezar o Centro Histórico. Vai deixá-la mais moderna e adequada com as atuais necessidades.
Porém, dadas as circunstâncias, os prazos foram novamente ajustados. A obra começou em junho. Segundo a prefeitura, cada etapa iniciada duraria 90 dias. O primeiro prazo estourou em setembro, quando uma nova data foi estipulada: mais 40 dias.
Dessa forma, a revitalização desse primeiro trecho precisar ser entregue até domingo (23). Porém, ainda há muito por fazer.
As bancas de revistas e dos floristas já foram definidas, mas ainda não foram compradas. É preciso finalizar a instalação da nova iluminação. Falta também concluir a pavimentação das calçadas.
Na terça-feira (18), a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) realizou a primeira parte do teste que avalia mudar a execução dos trabalhos. No projeto original, a nova calçada receberia concretagem direta, o que envolve deixá-la secando por seis dias. Passarelas seriam instaladas nas portas dos estabelecimentos comerciais para permitir o acesso dos clientes.
Mas o secretário André Flores informou que uma alternativa está sendo estudada. Blocos de concreto já viriam prontos para serem instalados nas calçadas. A colocação ocorreria à noite e durante o dia seguinte os pedestres poderiam transitar pelo local.
Porém, essa mudança irá encarecer a obra. A decisão sobre essa alteração está sendo discutida dentro da prefeitura.
Independente da escolha, o que já se sabe é que a primeira parte da obra vai precisar de mais tempo para ser entregue. A intenção é liberar os 200 metros da Otávio Rocha antes do Natal. Um acordo entre a prefeitura e lojistas foi feito para que as obras no Quadrilátero Central sejam realizadas até dia 10 de dezembro. Depois disso, a movimentação de operários é suspensa e só é retomada após o Natal.
Erros e acertos
A prefeitura de Porto Alegre errou ao prever o tempo de execução: 18 meses. Em vez de estipular um prazo real de obra - e olha que a ideia anterior era realizar a reforma em 12 meses - foi no mínimo ingênua na definição de prazos.
Acertou, diga-se de passagem, ao prever que a execução ocorresse de forma fatiada. Para uma nova obra começar, a primeira tem que terminar. Se não fosse assim, comerciantes e frequentadores do centro sofreriam assim como ocorreu nas obras que passaram pela Cristóvão Colombo, Baltazar de Oliveira Garcia, Tronco e tantas intermináveis construções.
Mas não mexeu, um dia sequer, na previsão de término da construção. Somente três meses depois de ter iniciado a construção, o prazo sofreu alteração tímida: de 18 para 21 meses. Portanto, certamente, ainda ouviremos falar em novas ampliações de datas.
Dez etapas
As reformas envolvem área de 30 mil metros quadrados e preveem alargamento de calçadas, troca de pavimento, instalação de bancos, nova iluminação e câmeras de vigilância. Como forma de organização para os lojistas, a Smoi escalonou as ruas que receberão intervenções. Serão dez etapas. A última delas prevista originalmente para ser concluída em outubro de 2023, pela Rua Uruguai e pela Rua dos Andradas, dever ficar mesmo para 2024.
A ordem de serviço para o início da reforma foi assinada pelo prefeito Sebastião Melo em 28 de abril, mas o começo das intervenções foi adiado para depois do Dia das Mães por solicitação de comerciantes locais. O canteiro central da obra começou a ser montado em 9 de maio na Avenida Borges de Medeiros - entre as ruas José Montaury e dos Andradas.