Depois do sucesso que envolveu a concessão dos parques estaduais do Caracol, em Canela, e de Tainhas, nos Campos de Cima da Serra, o governo gaúcho se prepara para dar início a uma nova disputa. E ela envolve o Jardim Botânico, de Porto Alegre.
Inicialmente prevista para junho, a concorrência do tradicional parque da Capital vai começar nos próximos dias. De acordo com o secretário executivo de Parcerias do Rio Grande do Sul, Marcelo Spilki, o edital está recebendo os ajustes finais e será publicado até o fim do mês.
- Esse é um projeto bastante caro para o Estado. O Jardim Botânico é um parque que tem visitação, mas não tem uma visitação tão expressiva e a ideia é fazer uma qualificação dos ativos, melhorar o museu, melhorar toda a experiência que o turista possa ter para que se tenha uma visita melhor, e claro, sempre ter um equilíbrio, para que o parceiro possa fazer uma exploração dessas atividades - informou Spilki em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
A concessão do parque teve o processo de modelagem realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com apoio do consórcio Araucárias e do Instituto Semeia. A ideia anterior do governo era realizar a concorrência até o fim do ano passado.
Assim como determinou nos parques da Serra, o edital não irá determinar o valor do ingresso. A avaliação do tíquete será feita pelo vencedor da disputa. Atualmente, o bilhete custa R$ 6 para adulto - há desconto para idosos e estudantes. O valor para entrar com o carro é de R$ 11.
- Se ele colocar o ingresso muito alto, as pessoas vão procurar outros atrativos na região. Claro que, se ele colocar o ingresso muito barato, ele não viabiliza sua operação. O concessionário terá liberdade para vender pacote de ingressos antecipado para agências e operadoras de turismo. Nos dias de maior movimento ele pode colocar o ingresso um pouco mais alto e, durante a semana, pode dar um desconto. Ele tem aquela política obrigatória de desconto para estudantes.
Números do parque
O Jardim Botânico é uma espécie de museu a céu aberto: espalhados pelos 36 hectares de área, há cerca de 4,3 mil plantas tombadas na coleção científica — ou seja, identificadas e categorizadas por sua classificação botânica, família ou formação florestal. São cerca de 2,3 mil exemplares de árvores no acervo científico.
A partir da década de 1970, seguindo um movimento mundial de conservar espécies regionais, o parque passou a se focar nas plantas nativas, especialmente nas que correm o risco de desaparecer. Das cerca de 800 plantas ameaçadas de extinção no Estado, 145 estão presentes no parque — ou seja, quase 20% delas.
O Jardim Botânico tem também laboratórios, gabinetes, salas de exposições e de coleções científicas, formando um acervo diversificado de exemplares de animais, plantas e fósseis. A instituição é considerada como um dos cinco maiores jardins botânicos brasileiros.
- No Jardim Botânico, nós temos ali ainda uma divisão de competências, amplamente discutida nas audiências, em que a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura mantém no Jardim Botânico as suas atividades de pesquisa, de manutenção de suas coleções de pesquisa, do próprio museu, mantendo a qualificação do Jardim Botânico como classe A. Isso é uma premissa do projeto desde que ele nasceu e vai se manter ao longo do tempo tanto do concessionário quanto da secretaria - finaliza o secretário.
Números do Jardim Botânico
- 32 servidores do Estado trabalham no local, além de terceirizados
- 36 hectares de área, pouco menor do que a Redenção, que tem 37,5
- 4,3 mil plantas tombadas na coleção científica, devidamente classificadas
- 2,3 mil exemplares de árvores catalogados
- 145 das cerca de 800 plantas ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul têm exemplares preservados
- 117 espécies de aves já foram avistadas lá, segundo o portal eBird
- R$ 6 é o preço do ingresso adulto (há desconto para idosos e estudantes)
- R$ 14 é o passaporte mensal
- R$ 11 custa o estacionamento