A publicação do edital de concessão da gestão do Jardim Botânico de Porto Alegre, inicialmente prevista para junho, foi adiada por conta do atraso na análise dos processos de outros parques naturais gaúchos que também integram o programa nacional do BNDES para desestatização. A Secretaria Extraordinária de Parcerias do Estado encontrou dificuldades para resolver desapropriações de terrenos privados nas áreas dos parques do Caracol e de Tainhas, na Serra.
Assim, os interessados em remodelar os 36 hectares de biodiversidade no coração da Capital precisarão esperar até a última semana de julho para verem o edital do Jardim Botânico publicado.
— Realizamos uma audiência pública em maio para envolver interessados no campo da ciência e pesquisa, pois ali é um polo de atividades desse ramo. O edital precisa contemplar duas frentes: o objetivo turístico, a ser gerido pela concessionária, e a manutenção dos espaços científicos que acontecem ali dentro — explica o secretário adjunto da pasta, Marcelo Spilki.
Os editais dos parques da Serra já foram publicados no Diário Oficial do governo do Estado em 6 de junho. As empresas interessadas têm até 18 de julho para se manifestarem e participar do leilão, marcado para o dia 28. Ao mesmo tempo, as regras relacionadas ao Parque do Turvo também precisam ser aprovadas para futura publicação. Depois, será a vez do Jardim Botânico. Spilki afirma que os quatro parques despertam o interesse dos investidores, e defende a readequação dos prazos para que cada processo avance com segurança.
— Aproveitamos o atraso das outras análises para trabalhar de uma forma ainda mais adequada as contribuições que recebemos em audiências e de órgãos de controle, o que resultou em uma documentação mais madura para lançamento do edital — comenta o engenheiro, que também já trabalhou na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).
Jardim Botânico como ponto turístico
Spilki espera que o edital e as futuras melhorias a serem feitas no Jardim Botânico atraiam mais visitantes ao local. Ele relembra que quando trabalhava na Sema e viu a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul ser extinta pelo governo anterior, recebia questionamentos de amigos que o fizeram perceber que a população não tinha certeza se essa mudança afetaria o funcionamento do local. Assim, entende que há desafios para o futuro concessionário.
— É uma concessão que não tem o mesmo atrativo em termos de visitação e exploração comercial quanto o Parque do Caracol, por exemplo, mas existe interesse no potencial do parque da Capital. Pensamos em trazer o visitante tanto de Porto Alegre quanto o que vem de fora — projeta.