Sem avanços. O acordo prometido, que viabilizaria a retomada das obras do entorno da Arena do Grêmio e a desmontagem do estádio Olímpico, estagnou.
Firmado na Justiça em abril de 2021, o avanço foi saudado por todas as partes envolvidas. Dele saiu um cronograma meticuloso, que apontava cada etapa que precisava ser superada.
Uma obra do entorno da Arena até chegou a ser executada, mas apenas em parte - já demonstrando que a tarefa de conciliar os interesses dos envolvidos não é algo fácil de ser conduzido. Quando era aguardada a próxima etapa - Grêmio assumir a gestão da Arena - a negociação não evoluiu.
O acordo que tramita na Justiça está sob sigilo desde dezembro do ano passado, o que impossibilita que qualquer pessoa consiga descobrir os avanços. Mas, a coluna apurou que o processo está praticamente parado na 10ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre.
Não há avanços significativos desde fevereiro de 2022. Ou seja, seis meses se passaram e nenhuma ação mais efetiva foi tomada para cobrar das partes envolvidas essa estagnação.
A troca de juiz foi citada como uma das razões pela demora na retomada das negociações. Procurado na sexta-feira (13), o Tribunal de Justiça ainda não se manifestou sobre o caso.
Recentemente, o prefeito de Porto Alegre ameaçou abandonar o acordo se nada for feito. Sebastião Melo planeja desapropriar o estádio Olímpico se a OAS não assumir as obras prometidas.
O terreno é de propriedade do Grêmio, que aguarda receber a gestão da Arena para repassar o seu antigo estádio para a construtora. O presidente do Tricolor corroborou com a postura do prefeito. Romildo Bolzan também cobra a falta de providências por parte da OAS.
Aliás, a OAS, juridicamente falando, não existe mais. E a dívida dela foi distribuída entre novas empresas.
A Metha ficou com a responsabilidade sobre as obras do entorno do novo estádio. Já a dívida com os bancos é de competência da OAS 26, da Arena Porto Alegrense e da Karagounis. Essa última tem como acionista majoritário o Fundo de Investimento do FGST (FI-FGTS).
A recuperação judicial reestruturou a dívida do entorno, que será paga em 20 anos. O acordo judicial que foi feito, depende do pagamento do Grêmio pela compra da gestão, o que ainda não ocorreu.
O clube gaúcho reclamava não ter recebido da Arena Porto Alegrense as informações solicitadas. Porém, a coluna descobriu que o Grêmio já está de posse das documentações para poder concluir as auditorias que foram abertas.
O Ministério Público Estadual e a empresa Karagounis informam que não irão se manifestar.