Há exatos 30 dias, o prefeito Sebastião Melo anunciava o que já se sabia desde março: a passagem de ônibus de Porto Alegre não sofreria reajuste em 2022. A fórmula encontrada para permitir a manutenção do valor foi mudar a metodologia de cálculo.
O custo agora se dá pelo quilômetro rodado e não mais pela quantidade de passageiros transportados. Para manter a tarifa em R$ 4,80, a prefeitura também se comprometeu complementar a diferença paga pelo passageiro, haja visto que os itens que compõem o cálculo da passagem sofreram aumentos consideráveis - um exemplo é o óleo diesel.
Segundo o anúncio, os valores repassados em forma de subsidio não passariam de R$ 98 milhões em 2022. No ano passado, R$ 108 milhões foram transferidos para as empresas privadas.
A coluna obteve o montante que a prefeitura repassou até agora às empresas de ônibus. O total transferido já é de 27,48 milhões.
Somente para a Carris foram pagos ao menos R$ 6 milhões, correspondentes aos meses de fevereiro, março e abril. Já para as empresas privadas foram feitos seis depósitos para atender os compromissos de igual período que, somados, chegam a R$ 21,48 milhões.
Somente na quinta-feira (19), a prefeitura e as empresas de ônibus assinaram o novo acordo. O Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu) espera receber a documentação para poder apreciar as alterações na metodologia de cálculo. De acordo com seu presidente, Jaires da Silva Maciel, assim que o material for entregue pela prefeitura, uma sessão com os integrantes do conselho será agendada.
Atualmente, as empresas de ônibus transportam aproximadamente 70% dos passageiros que utilizam o sistema antes da pandemia. O número de linhas atendidas também tem o mesmo percentual.