A temporada de verão vai começar e com ela vem o aumento do tráfego de veículos em direção ao Litoral Norte. A freeway, como de costume, vai apresentar grande movimentação neste período.
Implementada em 2013, ainda pela Concepa, a liberação do uso do acostamento da rodovia ficará restrita para, no máximo, três ocasiões: Natal, Ano-Novo e Carnaval. E, mesmo nestas datas, a permissão só será dada pela CCR ViaSul nos momentos em que a freeway estiver perto da saturação.
Essa condição é atingida quando mais de 85 veículos estiverem passando pela rodovia. E, mesmo quando a estrada estiver próxima de estar saturada, o tráfego no acostamento não será liberado com chuva ou se essa parte da pista estiver sendo usada para atendimento de algum acidente.
Nas demais datas, até poderá ocorrer uma liberação, dependendo das condições de tráfego. Porém, ela será excepcional.
Os números preocupam. Segundo levantamento da coluna, em todo o ano passado, 53 pessoas perderam a vida nas rodovias da CCR ViaSul. Mesmo sem termos chegado ao final de 2024, 114 vítimas morreram em acidentes nas quatro estradas supervisionadas pela empresa.
— A gente está voltando a números de 2016 e 2017. O usuário não está respeitando mais a sinalização. O uso do acostamento, hoje, está muito complicado — destaca o gerente de operações da concessionária, Paulo Link.
Essa é uma tendência que já vem sendo adotada pela empresa. No Natal de 2023, o acostamento esteve liberado durante apenas uma hora. Depois disso, somente no Ano-Novo e no Carnaval a permissão voltou a ser dada.
— O uso do acostamento é uma excepcionalidade. Só ocorre quando a rodovia está próxima da saturação. O acostamento tem largura menor e tem defensa, o que deixa a pista menor ainda e é necessário que se trafegue a 70km/h — ressalta Link.
A preocupação da CCR ViaSul ocorre por causa do desrespeito dos motoristas, que têm usado corriqueiramente o acostamento como uma espécie de quarta faixa, independente da ocasião. No último feriadão, de 15 de novembro, muitos motoristas cobraram pela liberação do uso do acostamento, que só passou a ocorrer depois que uma cratera surgiu na pista, em Glorinha.
De acordo com a concessionária, no ano passado, cinco mil motoristas foram multados por trafegarem sem permissão pelo acostamento. A empresa reforça que a pista só pode ser usada se o sistema de iluminação estiver em amarelo piscante constante.
Se o motorista identificar que as luzes não estão mais em funcionamento, ele precisa deixar imediatamente o acostamento. Painéis ao longo da rodovia também informam sobre essa condição.
Saturação
Cada faixa de tráfego consegue comportar até 33 veículos por minuto na freeway. Entre Gravataí e Osório, há três faixas. Quando o somatório atinge 100, significa que a rodovia chegou ao seu limite.
Obra em 2031
A freeway terá uma quarta faixa de tráfego em 73,7 quilômetros, em ambos os sentidos da rodovia, da RS-118 até a BR-101. A obra será realizada a partir de 2031. Este é o prazo que está previsto em contrato, assinado entre a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) e a CCR ViaSul.
Câmeras para multar
Para inibir o uso do acostamento, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) vai passar a usar as câmeras da CCR ViaSul para multar motoristas. Testes já foram concluídos. As 316 câmeras instaladas ao longo da freeway, BR-101, BR-386 e Rodovia do Parque serão usadas para flagrar más condutas.
— Na BR-448, a qualquer dia, já tem fluxo andando no acostamento como faixa normal. Vans transportando passageiros da área da saúde, com 10, 15 pessoas dentro. Precisamos sensibilizar a população para que mude o comportamento. As pessoas estão deixando de usar o cinto de segurança. Vemos isso nos acidentes mais graves, que são atendidos pela CCR ViaSul — alerta Link.