Em um domingo convencional, são esperados cerca de 35 mil veículos saindo do Litoral Norte em direção a Porto Alegre, passando pela freeway. No último domingo (17), fim do feriado prolongado de Proclamação da República e de dias de calor, 66 mil veículos passaram pela rodovia - 60 mil eram aguardados segundo a CCR Viasul.
O congestionamento, no entanto, teve outro fator: uma cratera se abriu entre os km 46 e 47 da BR-290, na região de Glorinha, limitando o acesso às pistas e provocando lentidão por até 40 quilômetros, segundo Cristiano Kowalski, coordenador de operações da CCR ViaSul.
— A movimentação começou cedo, com congestionamentos durante todo o dia no início da rodovia (em Osório). Isso foi se acentuando à tarde com a ocorrência do buraco, que causou a restrição mais pesada. Não existiria essa extensão (se não fosse a cratera), mas teríamos congestionamento no retorno do litoral ainda assim — pontua.
Segundo ele, uma operação de reforço de equipes na via foi feita para o feriado prolongado, mobilização que continuará nos fins de semana do verão e nas datas festivas do final do ano. Por volta das 21h, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) liberou duas pistas no sentido contrário da rodovia.
— Muitos veículos acabaram estragando, superaquecendo e tendo que ficar pelo acostamento ali, até que fossem retirados e levados pela concessionária a algum ponto seguro. E é natural que todo mundo busque voltar no domingo à tarde, até porque o domingo fez um dia bom na praia, o pessoal estendeu um pouquinho o prazo e acabou voltando todo mundo junto — acrescenta Douglas Paveck, chefe de Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Estado.
Embora a cratera represente uma situação atípica, a previsão da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) e da CCR ViaSul é de que movimento seja intenso durante toda a temporada.
Para a CCR, a movimentação mais relevante será para as festas de Natal, Ano Novo e Carnaval, além das viagens de ida para a praia nas sextas-feiras e retorno para a Região Metropolitana no domingo depois do meio-dia.
Neste ano, a volta do Ano Novo, em 3 de janeiro, por exemplo, também foi marcada por um engarrafamento. Na ocasião, 87 mil veículos passaram pela freeway – a capacidade, segundo a CCR ViaSul, é entre 90 mil e 94 mil. Neste contexto, o chefe da Comunicação ressalta a preocupação da PRF com a segurança:
— No verão, mesmo não sendo feriado, temos esse trânsito intenso. Claro que, em um momento em que tem um volume muito grande de veículos transitando pela freeway, essa retenção e a diminuição de velocidade acaba ocorrendo de forma natural. Nosso papel é garantir a segurança e a melhor fluidez possível — afirma.
Rodovias estaduais
Com a intercorrência na freeway, uma opção encontrada pelos condutores foi usar a RS-040, ou Rodovia Tapir Rocha, como rota alternativa. Segundo o capitão do Terceiro Batalhão Rodoviário da Brigada Militar, Melk Lima de Almeida, o movimento no domingo foi maior que o esperado. Para o verão, a expectativa é de que volume de carros seja grande também.
— A previsão é de que se tenha uma demanda alta de veículos transitando pelas principais rotas que ligam a Capital, serra gaúcha e demais regiões do Estado ao Litoral. É muito comum que os condutores saiam de casa nos primeiros dias, como aconteceu nesse feriado, e todos esses veículos que, durante dois ou três dias se direcionaram à região do Litoral, optem por sair praticamente no mesmo dia. Isso gera uma saturação das rodovias — pontua.
No domingo, o CRBM reforçou o efetivo nas rodovias estaduais (RS-389, RS-786, RS-030, RS-040 e RS-101) para dar conta da fiscalização, policiamento e patrulhamento rodoviário. O plano, segundo Almeida, é que, durante a temporada, o reforço seja garantido, com a ajuda da Operação Golfinho. A ação, que ocorre todos os anos, centraliza o efetivo de outras regiões do Estado nessas rodovias para garantir maior segurança para o trânsito.
Como evitar a tranqueira
Paveck e Almeida acreditam que os condutores podem tomar alguns cuidados para driblar o engarrafamento. Um deles é optar por pegar a estrada pela manhã cedo ou à noite, evitando os horários de pico. Outra sugestão é seguir as normas de trânsito para não gerar acidentes.
Cristiano Kowalski, coordenador de operações da CCR Via Sul, acrescenta que o problema histórico de congestionamentos na freeway está ligado à conduta dos veranistas, já que a maioria opta pelo retorno nos mesmos períodos: à tarde ou início da noite de domingo.
Vai haver congestionamento se todos os usuários buscarem a rodovia no mesmo horário, mesmo se aumentar o número de faixas. Tem que ter consciência para programar a viagem e evitar períodos críticos. Também é importante estar ciente que uma situação atípica como a do buraco ou um acidente pode prolongar em algumas horas a viagem
CRISTIANO KOWALSKI
Coordenador de operações da CCR Via Sul
Segundo ele, outra indicação para ajudar no fluxo de veículos é para que motoristas usem o sistema de pagamento por tag, para agilizar a passagem pelo pedágio.