Os estudos sobre a concessão que a Trensurb irá passar estão completando dois anos. Desde 2020, empresas estão debruçadas nas planilhas da autarquia federal para apresentar o levantamento que irá embasar o edital que será montado.
A assessoria empresarial Ernst & Young está fazendo a avaliação econômico-financeira da privatização. Já o consórcio de quatro empresas, liderado pela BF Capital, realiza o mesmo estudo e também levantamentos "jurídicos, contábeis, técnico-operacionais e outros serviços profissionais especializados".
Elas foram contratadas para executar as análises pelo período de três anos, ou seja, até março do ano que vem. Porém, o estudo de viabilidade e a consulta pública poderão ocorrer ainda no primeiro semestre de 2022.
Dessa forma, o leilão ocorreria, num cenário otimista, até o final do ano. O planejamento do governo federal era ver o leilão realizado bem antes desta data: mais precisamente até junho de 2021, segundo o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (CPPI).
- O processo deu uma andada muito boa. Conseguimos evoluir. Estamos na expectativa das aprovações finais para depois levarmos o estudo para consulta pública - destaca o presidente da BF Capital, Renato Sucupira.
As empresas envolvidas já trabalham nos ajustes com o governo federal. Algumas informações já são identificadas. A concessão deverá ter prazo entre 30 e 35 anos. A União precisará continuar realizando aportes para manter a tarifa reduzida. Hoje, o valor arrecadado com a passagem cobre 70% dos custos da Trensurb.
Depois de ficar dez anos sem aumento, a tarifa sofreu um reajuste de 164% entre 2018 e 2021. De 2008 a 2017, o bilhete custava R$ 1,70. Em janeiro de 2018, o valor subiu para R$ 3,30. Em março de 2019, a passagem aumentou para R$ 4,20. E em setembro de 2021, a tarifa passou para R$ 4,50.
Sucupira também informa que o estudo não está prevendo a possibilidade de expansão da linha do trem. A Trensurb oferece 43 quilômetros de ligação entre cinco municípios, além da capital gaúcha.
Dessa forma, o foco será a qualificação do serviço, com a aquisição de novos veículos e melhoria da sinalização viária.
A Trensurb administra 40 trens, sendo 25 deles comprados no Japão em 1984 e em operação até hoje. São veículos que passam por revisões constantes, mas não são dotados de ar condicionado, por exemplo, e que precisarão ser trocados. Apesar do investimento ser imediato, a aquisição de novos trens deve ocorrer no prazo entre três e cinco anos do início da concessão.
Sobre a melhoria da sinalização viária, a medida trará um diminuição no espaçamento entre os trens. Hoje, fora da tabela de verão, o espaçamento entre os trens chega a três minutos.