Na interminável negociação envolvendo as obras de entorno da Arena do Grêmio, um novo capítulo foi escrito desta novela. Uma audiência pública foi realizada na sexta-feira (8).
A pedido das empresas Arena Porto Alegrense, Karagounis e Albizia, a juíza Nadja Mara Zanella, da 10ª Vara da Fazenda Pública realizou um encontro, que contou com a participação de representantes do Grêmio, do Ministério Público Estadual e da prefeitura de Porto Alegre. Chamou a atenção a falta de representantes da OAS, por mais que as empresas que estiveram na audiência sejam subsidiárias da construtora.
De acordo com o relatório do encontro, que a coluna teve acesso, as partes envolvidas disseram que as negociações para a efetivação do acordo estão em andamento. Porém, há ainda muitas incertezas.
A magistrada informou que, se a prefeitura e a Arena não chegarem a um consenso sobre a conclusão da primeira obra do entorno, a questão será avaliada por ela. A limpeza em uma casa de bombas deveria ser finalizada em agosto. Mas, em julho, as obras foram encerradas. O Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) contesta, dizendo que o serviço acordado foi realizado de forma parcial. Já a Arena Porto Alegrense entende que os trabalhos acordados foram realizados.
Em outra ponta solta, o Grêmio destacou que ainda não recebeu os documentos necessários para avaliar o negócio referente a aquisição antecipada da gestão do estádio. Os advogados da Arena Porto Alegrense se comprometeram a entregar, até sexta-feira (15), o material que ainda resta.
Dessa forma, a juíza prorrogou o prazo para repasse do Olímpico, do Grêmio para a OAS. Segundo ela, essa definição precisará ocorrer nos próximos 30 dias, quando uma nova audiência será realizada, com a participação da construtora.
Procurados pela coluna, tanto OAS, Arena Porto Alegrense, e as demais subsidiárias; assim como o Grêmio, e o Ministério Público, não se manifestaram sobre o encontro. Já a Procuradoria-Geral do Município (PGM) confirmou a nova audiência para novembro.
Informações colhidas junto a integrantes do Tricolor, é de que, se o acordo for efetivado, o clube não não conseguirá assumir a gestão da Arena antes de fevereiro de 2022. Além de todos os trâmites que a negociação requer, antes da definições necessárias, os conselheiros gremistas precisarão decidir sobre essa possibilidade.
O atual contrato do Grêmio com a OAS prevê 20 anos de exploração comercial pela construtora. Sendo assim, a Arena Porto Alegrense ainda administraria o estádio até 2033. Porém, a antecipação da gestão por parte do Tricolor é vista como fundamental para que a construtora tenha dinheiro para conseguir concluir as obras do entorno do complexo esportivo que foi construído.