Durou menos de cinco meses a harmonia entre o Grêmio, a OAS, a Arena Porto Alegrense, a prefeitura de Porto Alegre e o Ministério Público. O acordo firmado em abril, depois de anos de tentativas, está ruindo.
Abertamente, as partes ainda revelam otimismo. Porém, nos bastidores a relação está bastante desgastada.
Por causa disso, o esperado encontro para assinatura da transferência do estádio Olímpico para a construtora e o início da gestão da Arena pelo Grêmio não irá mais ocorrer em 7 de outubro. A nova data ainda é tratada como incerta.
Procurada, a construtora informa que não irá se manifestar sobre o assunto. Porém, a coluna ouviu uma pessoa ligada à empresa que diz que o interesse em executar as obras está mantido, mas que, sem a assinatura com o Grêmio não haverá dinheiro para realizá-las.
O presidente do Tricolor destaca que o acordo ainda está de pé. Mas Romildo Bolzan Jr revela que o clube ainda precisa de documentos, que não estão sendo fornecidos.
- As diligências estão demoradas. Por não estarem concluídas, dificilmente o prazo será cumprido. Estão negociando prorrogação que deve ser feita entre as partes do processo - informa o presidente do Grêmio.
O CEO do clube, Carlos Amodeo, esclarece que esses documentos são aguardados para que seja possível concluir três auditorias. Os trabalhos começaram em maio.
- O Grêmio é responsável por conduzir todas as auditorias, sendo que três delas dependem de dados a serem fornecidos pela OAS e Karagounis (empresa ligada à construtora) - destaca Amodeo.
A única auditoria, que dependia do Tricolor, já foi finalizada. Segundo o presidente Romildo, as informações, no momento, são de cunho privado, e estão com a construtora.
Outro problema envolve a OAS e o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Em maio foi iniciada a limpeza na Casa de Bombas número 5, que atende o bairro Vila Farrapos.
Também deveria ocorrer a desobstrução de 360 metros de tubulação que segue da Voluntários da Pátria até a Frederico Mentz. A OAS contratou uma empresa, que realizaria o serviço.
Os trabalhos deveriam ser finalizados em agosto. Mas, em julho, as obras foram encerradas. O Dmae contesta que o serviço acordado foi realizado de forma parcial. Já a empresa entende que os trabalhos acordados foram realizados.
A construtora contratou um laudo externo e o entregou para a prefeitura. A Procuradoria Geral do Município (PGM) está analisando e ainda não deu resposta.
O Ministério Público Estadual (MP) foi chamado para intervir no impasse. O encontro foi revelado, mas o teor da conversa é desconhecido. Procurado pela coluna, os promotores ainda não se manifestaram.
Nos bastidores, a aposta é que o MP irá se manifestar contrário ao acordo e exigir que a OAS inicie as obras que são de sua responsabilidade.
Sexta tentativa
Essa é a sexta tratativa construída desde 2012. As cinco tentativas anteriores tiveram desfecho negativo.
As obras do entorno da Arena deveriam durar quatro anos e 10 meses. Caberia à prefeitura realizar as desapropriações necessárias.
O que diz a Karagounis
"A Karagounis informa que todos os documentos necessários para o início da auditoria contratada pelo Grêmio já foram entregues e a auditoria já está em curso.
A Karagounis tem empenhado seus melhores esforços para atender a auditoria, assim como os demais procedimentos necessários para a implementação do Acordo Judicial sobre as obras do entorno da Arena do Grêmio.
A Karagounis tem sido diligente e deu a prioridade devida a todos os temas relacionados ao acordo da Arena do Grêmio, em harmonia e colaboração com todos os demais entes que participam da celebração do tão esperado acordo."