Daqui a oito meses, Porto Alegre vai completar 10 anos desde que teve seu primeiro trecho de ciclovia liberado para uso. Localizada na Avenida Ipiranga, o espaço destinado às bicicletas tinha 416 metros, entre as avenidas Erico Verissimo e Azenha.
De lá para cá, a cidade conseguiu avançar na construção de ciclovias e ciclofaixas. Segundo levantamento da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), já são 60,58 quilômetros entregues até agosto de 2021.
Porém, a quantidade é ainda muito aquém do ideal. Com lei sancionada em 15 de julho de 2009, pelo então prefeito José Fogaça, os estudos que serviram de base apontaram 495 quilômetros de vias para receber ciclovias e ciclofaixas.
Dessa forma, a prefeitura conseguiu tirar do papel 12% do espaço previsto para as bicicletas, o que dá uma média de 1% ao ano. No ritmo atual, a Capital teria seus quase 500 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas em 2109.
- Resido na Zona Norte e vejo à tardinha e pela manhã cedo dezenas de ciclistas na Baltazar, Assis Brasil e Sertório, no meio dos carros, arriscando a vida - diz o consultor de TI, Fernando Guimarães, de 56 anos.
Recentemente, 1,8 quilômetro foi liberado para uso na Avenida Sertório e Rua Dona Alzira, na Zona Norte. E a ideia é ampliar ainda mais.
A prefeitura entregou, à Caixa Econômica Federal, projetos referentes a 45 quilômetros de investimentos que serão implantados com recursos do Programa Avançar Cidades - Mobilidade Urbana, do Ministério de Desenvolvimento Regional. A expectativa é que seja possível realizar as obras a partir de 2022.
- O investimento na mobilidade ativa é uma tendência mundial como uma das principais estratégias do urbanismo para oferecer um distanciamento físico seguro e a prática de atividade física durante a pandemia - destaca o diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires.
Além disso, a ideia é contar com mais recursos oriundos de contrapartidas. A promessa é que, nas próximas semanas, novas obras sejam iniciadas na Capital. Que assim seja. E que venha muito mais do que 1% por ano.