Nesta terça-feira (5), o Laçador completa uma semana "fora de casa". Quem passa pelo seu tradicional sítio, identifica a falta de seu ilustre morador.
E o monumento não ficará mais abandonado. Pelo menos essas é a promessa feita pelo prefeito de Porto Alegre.
Quando Sebastião Melo assinou o termo de restauração da estátua, no fim do mês de setembro, ele destacou que ainda não havia certeza para onde seria levado o monumento após a reforma. Mas, segundo a Secretaria Municipal da Cultura (SMC), em menos de 90 dias, quando o Laçador estará recuperado, ele será novamente encaminhado para o sítio construído em 2007, às margens do aeroporto Salgado Filho.
De acordo com o prefeito, do jeito que está, a área hoje é um local que não proporciona uma maior interação com um dos maiores símbolos de Porto Alegre. Dessa forma, o espaço também passará por melhorias.
- Se é para ficar lá, do jeito que está, não dá mais. Lá, hoje, é um estacionamento de aplicativos. Se alguém quiser tirar uma foto lá, não é possível. Se alguém quiser tomar um café lá, também não é possível. Se alguém quiser comprar uma réplica, não é possível. Então, nós precisamos tomar uma atitude - destacou Melo.
Caso não haja recurso disponível em caixa, o prefeito sugere que seja buscando alguma parceria. A missão foi dada à SMC.
Inclusive, Melo dá uma ideia que a própria prefeitura já recebeu: disponibilizar o espaço para que os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs). Por tempos determinados, eles ajudariam a divulgar a cultura local, junto ao monumento.
- Se não temos dinheiro inicialmente para fazer, quem sabe a gente possa até, estabelecer então, e eu tenho certeza que milhares de piquetes do Rio Grande do Sul gostariam de ter lá, talvez por 15 dias, em homenagem ao Paixão (Côrtes), em homenagem à cultura gaúcha, eu vou cuidar disso aqui nos próximos 15 dias, ou nesses 30 dias.
Os problemas no monumento, tombado como patrimônio histórico de Porto Alegre em 2001, são conhecidos desde 2016. Em março de 2017, uma análise técnica determinou que reparos fossem realizados dentro de uma década, antes que a estátua corresse o risco de desabar.
A estátua inspirada no folclorista Paixão Côrtes está sendo limpa e receberá o conserto de fissuras existentes, o que inclui também um tratamento com pátina química para deixar o acabamento sem cicatrizes permanentes. Viabilizada pela Lei de Incentivo à Cultura do Rio Grande do Sul, a obra vai custar R$ 900 mil, sendo que R$ 810 mil foram captados através da Lei de Incentivo à Cultura, do Governo do Estado.