Pouco mais de dois meses após a cerimônia que marcou a inauguração parcial da nova ponte do Guaíba, o cenário ainda é de incertezas. Em 10 de dezembro, o governo federal anunciou a conclusão de três das sete alças da travessia.
Com 95% dos trabalhos feitos, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, projetava que o restante dos trabalhos seria concluído em 2021. Porém, esse prazo corre o risco de não ser cumprido.
Em 11 de fevereiro, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) assinou uma atualização de contrato com a construtora Queiroz Galvão. Neste aditivo, o prazo do fim da obra foi alterado de dezembro do ano passado para abril de 2021.
Porém, essa alteração é uma mera formalidade haja visto que a construção das três alças da nova ponte sequer começaram e nenhuma das mais de 500 famílias das Vilas Areia e Tio Zeca tem previsão de quando desocuparão a região que permitirá o prosseguimento dos trabalhos. Nestes dois meses, a autarquia espera que a construtora faça o levantamento com as famílias dos valores que serão necessários para o reassentamento.
A Justiça Federal segue aguardando que o Dnit deposite o valor do reassentamento das primeiras 59 famílias. Os processos delas já foram ajuizados. Porém, sem o repasse de recursos as audiências de conciliação não podem ser agendadas.
Levando em consideração os valores que deverão ser disponibilizados para cada família nesta etapa serão necessários entre R$ 8,96 e R$ 10,5 milhões para dar início ao processo de reassentamento para apenas 59 das mais de 500 famílias que precisam ser transferidas.
A estimativa é que o reassentamento da Vila Areia e Tio Zeca custe entre R$ 76 milhões e R$ 89 milhões. Cada família tem direito a comprar uma casa no valor entre R$ 152 mil e R$ 178 mil, dependendo do número de seus moradores.
Além disso, em janeiro, aproximadamente 300 funcionários da construtora Queiroz Galvão foram demitidos. Sem ter serviços para serem realizados, os trabalhadores foram desligados.
Um dos acessos mais importantes que ainda não está liberado é o de quem vem do Centro de Porto Alegre pela Avenida Castello Branco e pretende seguir em direção a Eldorado do Sul. As obras começaram em outubro de 2014 e deveriam ter ficado prontas em 2017.