Há dez anos, a BR-101 do Rio Grande do Sul teve a velocidade máxima permitida aumentada de 80km/h para 100km/h. A alteração estava diretamente associada ao fim das obra de duplicação da rodovia.
Já em Santa Catarina, a mesma rodovia teve ampliado o limite de velocidade para 110km/h assim que os trechos de pista nova foram sendo entregues. Essa diferença sempre ensejou questionamentos entre os usuários que atravessam o Rio Mampituba.
Um dos motivos sempre alegados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) como justificativa para essa discrepância é que o lado gaúcho tem muitos perímetros urbanos. Atravessando as cidades, a BR-101 necessita ter passagem de pedestre sobre a rodovia, já que o número de passarelas é muito pequeno no Rio Grande do Sul.
Previstas em contrato, duas novas passarelas estão sendo construídas. Sob responsabilidade da CCR ViaSul, elas estão localizadas em Torres e ficarão prontas até fevereiro de 2021.
Com o término destas construções, isso não significará alterações nas placas da rodovia. O gestor de Atendimento da CCR ViaSul, Diogo Stiebler, lembra que a velocidade não está associada com as passarelas. Há uma série de fatores que influenciam no cálculo. O que determina a velocidade é a geometria dela.
"A diferença entre a BR-101 de Santa Catarina com a BR-101 do Rio Grande do Sul são as curvas, que do lado gaúcho são mais fechadas, contornam morros e montanhas. Já no Estado vizinho se percebe menos obstáculos e maior visibilidade da rodovia", destaca Stiebler.
A BR-101 gaúcha é classificada como 1-A. De acordo com os manuais, isso significa que ela apresenta pista dupla e controle parcial de acessos. Além disso, é uma rodovia cheia de curvas.
A freeway, por exemplo, é denominada classe 0, pois é uma via expressa, de padrão técnico elevado e controle total de acessos, com alto volume de tráfego e características que permitem ela ter velocidade maior. Mesmo com as obras de ampliação de acessos, a rodovia está ganhando faixas de aceleração amplas, que irão garantir a manutenção do seu padrão .
Segundo Stiebler não está em pauta, num futuro recente, a alteração da velocidade na BR-101. Porém, não é descartada a mudança ao longo dos próximos 28 anos, tempo de duração do contrato.
Mas, para que isso possa ocorrer, no futuro, é necessário um estudo mais complexo nos 87 quilômetros da BR-101 para identificar se, fazendo as correções de curvatura e retornos, seria possível alterar a velocidade.
"Um dos principais tipos de acidente é a colisão traseira, que se dá pela diferença de velocidade entre os veículos. Quanto maior, mais a tendência do número de acidentes aumentar", ressalta o gestor da CCR ViaSul.