Mesmo com todo esforço do governo federal na destinação de recursos para as obras da nova ponte do Guaíba, há uma parte da obra que está intacta nesta região. Nela, estão assentadas aproximadamente 500 famílias, moradoras da Vila Tio Zeca e Areia, às margens da Rua Voluntários da Pátria.
Apesar da construção da travessia ter sido iniciada há seis anos, o processo de reassentamento ainda não foi iniciado. O motivo: o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) tem concentrado recursos no trecho da obra que garantirá o uso parcial da ponte em 2020.
Em vistoria ao empreendimento na segunda-feira (26), o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, destaca que a demora na retirada das casas da região foi motivada pela pandemia. No ano que vem, a promessa é acelerar a transferência das famílias.
A Justiça Federal segue aguardando o Dnit para poder dar início às audiências de conciliação. Até um forma de realização de encontros virtuais chegou a ser oferecido à autarquia, durante a pandemia.
- Não podem ocorrer audiências sem o ajuizamento de processos. Até hoje, nenhuma ação foi ajuizada. Até foi oferecida ao Dnit a possibilidade de realizarmos audiências virtuais, caso fossem ajuizadas as ações referentes às Vilas Areia e tio Zeca. Assim, não há alteração - relata o juiz federal Hermes Siedler da Conceição Júnior.
Somente após a retirada das casas será possível dar continuidade às obras para construção de quatro das sete alças de acesso da elevada. A expectativa do ministro é ver a obra concluída em 2021. Um dos acessos mais importantes que está incluso nesta etapa que ficará para o ano que vem é o de quem vem pela Avenida Castello Branco e pretende seguir em direção a Eldorado do Sul.
A nova ponte terá ao todo 12,3 quilômetros com um total de cinco quilômetros de trecho em aterro e 7,3 quilômetros entre pontes, alças e viadutos. A estimativa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é que 50 mil veículos utilizem a travessia diariamente. As obras começaram em outubro de 2014 e deveriam ter ficado prontas em 2017. Mais de 90% dos trabalhos já foram finalizados neste período. A construção é uma prioridade para o governo Bolsonaro.