Cercada pelas sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Rio Grande do Sul, um dos cartões postais mais antigos de Porto Alegre está ganhando uma nova cara. A revitalização da Praça da Matriz, no Centro Histórico, começou em julho.
O contrato com a empresa Elo Construções e Instalações foi assinado em março. Até setembro, 18% dos trabalhos foram realizados. A previsão de término dos trabalhos está previsto para ocorrer em fevereiro de 2021.
O ritmo dos trabalhos em outubro é que irá indicar se será necessário ampliar o prazo de entrega ou se será possível entregá-la em quatro meses. Originalmente, o tempo de execução era de 10 meses, mas a Caixa Econômica Federal determinou os serviços fossem realizados em oito.
De acordo com a Secretaria Municipal da Cultura, as obras estão em execução, dentro do cronograma. A restauração dos 15 postes antigos está chegando no final. A instalação do calçamento, com as pedras portuguesas, e a restauração dos bancos e gradis estão em andamento.
Dois serviços grandes ainda não iniciaram: a instalação de 23 novos postes e o paisagismo.
Tudo é acompanhado pelo serviço de arqueologia, que dita o ritmo. Estes profissionais estão trabalhando agora na calçada voltada para a Catedral. Em meio às escavações, os arqueólogos já acharam o antigo muro da praça, que era cercada, e os encanamentos que talvez sejam da Companhia Hidráulica Porto Alegrense, que instalou o Chafariz dos cinco rios em 1867.
Também já foram encontrados e catalogados moedas antigas, pedaços de louça europeia e fragmentos de utensílios que podem estar enterrados ali há 150 anos ou até mais de mil. Hoje a Praça da Matriz recebe o nome oficial de Praça Marechal Deodoro, mas ela já foi referida como Praça do Novo Lugar, em 1772, Praça do Palácio da Presidência, em 1789, e Praça Dom Pedro II, para marcar a visita do imperador, em meados do século 19.
Ao todo, serão investidos nas obras de revitalização R$ 2,56 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), via Caixa Econômica Federal. A verba está disponível há sete anos, e as obras poderiam ter começado ainda em 2014. Na época, uma empresa chegou a ser escolhida, mas, sem garantias financeiras, não assinou o contrato.
Em 2017, a prefeitura informou que realizaria nova licitação. Como o recurso liberado não foi reajustado, uma parte das obras foi retirada das melhorias. A ideia inicial era remover o asfalto das quatro ruas que rodeiam a praça deixando o pavimento em paralelepípedo, assim como foi feito na Avenida Siqueira Campos, ao lado da Praça da Alfândega.
O Monumento a Júlio de Castilhos (inaugurado em outubro de 1914) e a esplanada em que ele se encontra foram restaurados entre 2017 e 2018. Foi investido R$ 1,105 milhão na substituição de materiais degradados, limpeza, reboco, pintura e instalações elétricas nas luminárias.