Até a próxima semana, será possível ver movimentações de obras na Praça da Matriz aguardadas há pelo menos seis anos. No alto do Centro Histórico, cercada pelo Palácio Piratini, Assembleia Legislativa e Palácio da Justiça, a área deverá passar por revitalização, com previsão de execução de oito meses. A ordem de início foi assinada nesta segunda-feira (15) pelo prefeito Nelson Marchezan.
A requalificação de mais de 6 mil metros quadrados inclui a renovação de pavimentação, restauro das luminárias históricas e complementação com luminárias contemporâneas. Também será feita a recuperação e complementação de mobiliário urbano, renovação das redes de energia elétrica e implantação de novo projeto paisagístico.
Serão investidos R$ 2.568.998, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), via Caixa Econômica Federal. A verba está disponível há sete anos, e as obras poderiam ter começado ainda em 2014. Na época, uma empresa chegou a ser escolhida, mas, sem garantias financeiras, não assinou o contrato.
Em 2017, a prefeitura informou que realizaria nova licitação. Como o recurso liberado não foi reajustado, uma parte das obras foi retirada das melhorias. A ideia inicial era remover o asfalto das quatro ruas que rodeiam a praça deixando o pavimento em paralelepípedo, assim como foi feito na Avenida Siqueira Campos, ao lado da Praça da Alfândega.
Por nota, a Secretaria Municipal de Cultura esclareceu: "os recursos foram liberados em 2013, mas os projetos, que eram de 2005, tiveram de ser atualizados e aprovados no IPHAN e CEF. Em final de 2015 foi lançada a licitação, mas a empresa em 2016 teve de rescindir o contrato, por falta de recursos financeiros. Decidiu-se executar a obra do Monumento a Julio de Castilhos primeiro e em separado e novamente revisar o projeto e orçamento, cuja licitação foi em 2019".
O Monumento a Júlio de Castilhos (inaugurado em outubro de 1914) e a esplanada em que ele se encontra foram restaurados entre 2017 e 2018. Foi investido R$ 1,105 milhão na substituição de materiais degradados, limpeza, reboco, pintura e instalações elétricas nas luminárias.
A Praça Marechal Deodoro, carinhosamente chamada de Praça da Matriz, assistiu de camarote à evolução de Porto Alegre – o ajardinamento, com a plantação de 20 mudas de oliveira trazidas de Portugal, começou nos anos 1880, mas a primeira referência da área data do século anterior. Além da sede dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado, é cercada pela Catedral Metropolitana e pelo Theatro São Pedro.
O secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse, explica que o uso de verbas do PAC, por intermédio do Iphan, é pelo fato de que a Praça da Matriz é tombada em nível federal.
— É um dos espaços mais emblemáticos da nossa cidade — destaca.