Na Rua Alameda, no bairro Algarve, em Alvorada, o aposentado Luiz Moraes retornava do mercado com mais uma sacola de gelo. Sem luz desde o início da tarde de domingo (15), o produto se tornou essencial na casa dele. Além dos alimentos, Moraes ainda precisa conservar a insulina que a mulher dele usa diariamente. O medicamento precisa ser mantido refrigerado para não estragar.
— Eu já gastei uns 40 pila (R$ 40) de gelo nesses dias sem luz — reclamou o aposentado.
Na mesma rua, em frente a um poste fixado em uma escora e amarrado na estrutura de uma casa, o rodoviário Sérgio Santos e o segurança Ueber Sani conversaram sobre o principal assunto na região desde o temporal.
— A energia está oscilando e, quando dá esses picos, queima vários elétricos nos vizinhos. Depois a gente não consegue o ressarcimento disso. Liguei pra a ouvidoria e a orientação é de que a gente desligue tudo das tomadas — contou Santos.
Pelo bairro Algarve, eram diversos os relatos de falta de energia na manhã desta terça-feira (17). Na Rua Pica Pau, a energia chegou a voltar no domingo à noite, mas uma nova queda na segunda (16) não foi consertada. Com diversos protocolos abertos e nenhuma previsão, a auxiliar administrativa Evelyn Ilha decidiu ir para a casa da mãe.
— É um ventinho que dá, não precisa nem ser temporal, que falta (energia elétrica). Com criança em casa, agora em férias, não tem o que fazer com ele, tô indo pra casa da minha mãe no bairro Santa Rosa de Lima (Porto Alegre) — disse ela.
Além dos protocolos abertos, Evelyn ligou para a ouvidoria da CEEE Equatorial enquanto conversava com Zero Hora. Após uma gravação que informava sobre a falta de energia por causa do temporal, uma atendente iniciou o contato. No entanto, a informação era a mesma, de que não havia previsão e que as equipes estavam empenhadas em "resolver no menor prazo".
A falta de energia não afeta somente Alvorada. Conforme o último balanço divulgado pela CEEE Equatorial às 15h, são 9 mil clientes sem energia elétrica.