Quem passa pela Avenida Severo Dullius, na zona norte de Porto Alegre, já nem a reconhece mais. Depois de dez dias de recolhimento específico do entulho acumulado, que já invadia a via, hoje já é possível até identificar onde fica a calçada.
Desde 1º de setembro, quando o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) iniciou os trabalhos no local, foram retiradas 2,5 mil toneladas de lixo. O montante é equivalente a um dia e meio de recolhimento de resíduos de toda a cidade de Porto Alegre.
Para fazer a limpeza, foi necessário realizar aproximadamente 70 viagens até o aterro de Minas do Leão. Este serviço de limpeza custou R$ 360 mil.
O lixo só não pode ser retirado do Arroio Areia, pois será necessário realizar um serviço específico de dragagem. A partir de agora, a prefeitura pretende reforçar a atuação da Guarda Municipal para que novos entulhos não sejam depositados irregularmente na região. Quem ver alguém jogando lixo na avenida pode denunciar pelo telefone 153.
A ampliação de 1,9 quilômetro da avenida é uma obra projetada para a Copa de 2014. A construtora Procon executa a terraplenagem em um dos trechos da via. Atualmente, a obra está com 57,5% dos serviços já executados e a previsão é concluí-la até agosto de 2021.
No fim de julho, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) decidiu dar o último voto de confiança à prefeitura e manter liberado R$ 35 milhões do financiamento para o término dos trabalhos. Para que o financiamento não fosse cancelado, a obra precisaria comprovar avanço até 30 de setembro.
Ainda neste ano deverão ser iniciados os trabalhos de recuperação do canal do Arroio Areia. Ainda será necessário concluir o projeto de desvio do canal Passo da Mangueira, localizado no encontro entre as ruas Dona Alzira e Severo Dullius.
Quando pronta, a ampliação da avenida será uma alternativa para se deslocar entre a BR-116 e a Avenida Assis Brasil sem precisar passar pela frente do aeroporto Salgado Filho, por exemplo.
Histórico de problema
O contrato foi assinado em novembro de 2012, mas a ordem de início só foi dada em junho de 2013. Essa era uma das obras previstas para a Copa de 2014.
A prefeitura teve que readequar o traçado em virtude de restrições ambientais, pois a via passaria sobre um aterro sanitário. A autorização para início dos trabalhos só ocorreu em setembro de 2015.
A primeira paralisação dos serviços ocorreu em fevereiro de 2017 por falta de pagamento. A ordem de reinício da construção foi dada em junho de 2019. Cinco meses depois, a obra foi novamente suspensa por falta de projetos e de pagamentos.