O cenário já está mudando. Quem passa pela avenida Severo Dullius, na Zona Norte, não vai mais conviver com um lixão a céu aberto.
Desde sexta-feira (28), equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana fazem o agrupamento dos restos de entulho que estavam sendo abandonados indevidamente em um trecho de 900 metros já pavimentados da via. Os caminhões da prefeitura começaram a recolher o material nesta segunda-feira (31). Este serviço deve ser concluído até o fim da semana.
A construtora Procon recebeu autorização para retomar os trabalhos na quinta-feira (27). Agora, a empresa começa a se organizar para voltar para a região e retomar a ampliação de 1,9 quilômetros da avenida.
E trabalho ela já tem. Os primeiros serviços serão a terraplanagem, a drenagem e a pavimentação no entroncamento entre a Severo Dullius e a rua Sérgio Dietrich. Na região mais próxima da rua Dona Alzira ocorrerá a execução da segunda camada de base de brita e pavimentação.
- A prefeitura não resolveu por completo as pendências, mas deu sinais claros que, está empenhada, com uma comissão formada por gestores e técnicos de várias áreas, com atitudes para desobstruir os entraves burocráticos que causam a descontinuidade das atividades. Nesse sentido, estamos mais confiantes que a Prefeitura cumprirá as suas obrigações contratuais sem surpresas de interpretações jurídicas ilegais, o que têm sido uma constante e vem impedindo o bom andamento deste contrato - destaca o diretor da construtora Procon, Marcos Pinheiro.
A promessa da prefeitura é que, agora, ela não pare mais. Tanto que a data de término foi informada: agosto de 2021. Atualmente, a ampliação da avenida está com 57,5% dos serviços já executados.
- Fizemos um planejamento para acabar com todos os entraves. E conseguimos reverter a posição. Estamos retomando para finalizar. Este é o nosso objetivo - destaca o secretário municipal de Infraestrutura e Mobilidade (Smim), Marcelo Gazen.
No fim de julho, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) decidiu dar o último voto de confiança à prefeitura e manter liberado R$ 35 milhões do financiamento para o término dos trabalhos. Para que o financiamento não fosse cancelado, a obra precisaria comprovar avanço até 30 de setembro.
- Teríamos que devolver mais de R$ 40 milhões se não retomássemos a obra. Foi um esforço. Foi desafiador buscar destravar (a obra) com a empresa, mas, principalmente, internamente - avalia a secretária de Planejamento e Gestão, Juliana Castro.
De forma intercalada, são cinco anos e três meses sem obras. É bem mais do que o período que esteve em andamento: 1 ano e 10 meses.
Ainda neste ano deverão ser iniciados os trabalhos de recuperação do canal do Arroio Areia, com a execução das duas passagens sobre o canal. A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade (Smim) precisa ainda concluir o projeto de desvio do canal Passo da Mangueira, localizado no encontro entre as ruas Dona Alzira e Severo Dullius.
Quando pronta, a ampliação da avenida será uma alternativa para se deslocar entre a BR-116 e a Avenida Assis Brasil sem precisar passar pela frente do aeroporto Salgado Filho, por exemplo.
Histórico de problema
O contrato foi assinado em novembro de 2012, mas a ordem de início só foi dada em junho de 2013. Essa era uma das obras previstas para a Copa de 2014.
A prefeitura teve que readequar o traçado em virtude de restrições ambientais, pois a via passaria sobre um aterro sanitário. A autorização para início dos trabalhos só ocorreu em setembro de 2015.
A primeira paralisação dos serviços ocorreu em fevereiro de 2017 por falta de pagamento. A ordem de reinício da construção foi dada em junho de 2019. Cinco meses depois, a obra foi novamente suspensa por falta de projetos e de pagamentos e até hoje não foi retomada.