O governo federal anunciou R$ 10 milhões, que serão repassados para a Trensurb em forma de crédito suplementar. O investimento ainda não foi liberado e consta em edição do Diário Oficial publicado na semana passada.
O recurso vem com destinação específica. É o primeiro crédito suplementar do ano encaminhado para a Trensurb. A verba não poderá ser usada nas despesas do dia a dia. Dessa forma, a empresa pública precisará gastá-la em aquisições ou projetos.
Um das ideias que poderá sair do papel é a instalação de ar-condicionado nos trens antigos, da série A-100. Em março, a coluna divulgou que a empresa precisaria de R$ 363 mil para dar a largada no projeto. Este era o custo estimado para contratar a empresa que precisa fazer a avaliação. Na ocasião, não havia previsão para este gasto no orçamento.
Segundo a Trensurb, uma análise preliminar foi realizada pela gerência de projetos, que apontou "que o nível de intervenção necessário para a climatização do trens da série 100 exige uma análise mais aprofundada sobre a viabilidade da reforma versus aquisição de novos trens".
Há um ano e meio, a Trensurb sugeriu ao Ministério do Desenvolvimento Regional que, se houvesse aumento da tarifa, de R$ 3,30 para R$ 4,20, poderia avaliar a instalação de aparelho de ar-condicionado nos trens antigos.
O reajuste foi aprovado e passou a valer em 13 de março de 2019, mas a climatização dos veículos ainda está distante.
A Trensurb informa que a destinação dos recursos deve ser definida em breve. Ela ocorrerá após as próximas reuniões da diretoria executiva e do conselho de administração.
Os veículos da série A-100 foram construídos em 1984 e têm vida útil prevista até 2034. Porém, a avaliação preliminar feita pelos técnicos da empresa verificou que somente a instalação de climatização nos trens antigos "não supriria todas as necessidades de atualização tecnológicas necessárias à uma operação mais qualificada dessa frota".
Em outubro de 2018, um protocolo de intenções chegou a ser assinado com a Rio Grande Energia (RGE). O objetivo seria realizar a troca dos motores dos veículos antigos, que consomem muita energia e impedem a utilização do ar-condicionado.
Um dos 24 trens da série 100 seria retirado de circulação para servir de modelo. A intenção da Trensurb era que, ainda em 2019, este veículo já estaria adaptado, o que não se confirmou.