Obras da Copa de 2014 que não terminam. Outras que não começam. O anúncio feito pela prefeitura à noite passada, adiando novamente o prazo de término das obras da trincheira da Ceará, na zona norte de Porto Alegre, não é novidade. Novidade seria se a promessa feita fosse cumprida.
Em menos de três anos este já é o sexto adiamento que a obra sofre. Já são 2.429 dias de desvios no trânsito. E os usuários das vias da região sofrerão ainda mais nove semanas, segundo nova previsão da prefeitura.
A última alteração de data foi decidida 48 horas depois da própria administração municipal prever que a liberação poderia ser feita até 31 de outubro. Na segunda-feira (21), o posicionamento dado à coluna era que o sistema provisório de bombas, que vai evitar alagamentos, era "compatível com o fluxo de água" da região. Antes disso, no dia 12, o secretário municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim), Marcelo Gazen comunicava que a instalação das telas nas paredes da trincheira poderia ocorrer após a liberação de tráfego.
“Este é um detalhe pensado também para melhorar a estética e o acabamento de obra. Como depende de fabricação e de itens específicos para o local será executado na sequência”, explicava Gazen.
Porém, os envolvidos esqueceram de combinar com o prefeito. Na tarde de quarta-feira (23), Nelson Marchezan fez uma vistoria no local e contradisse o que até então havia sido dito. Em vez de liberar o trânsito na passagem de nível agora e concluir a obra posteriormente, Marchezan determinou que a trincheira somente seja entregue quando estiver 100% concluída.
“Se liberássemos o tráfego de veículos agora, teríamos de fechá-la depois para a instalação das grades nas paredes da trincheira e para conclusão da casa de bombas”, disse o secretário Gazen, mudando de discurso.
A prefeitura também anunciou que a trincheira receberá um controlador de velocidade. Uma lombada eletrônica será instalada para evitar que os veículos passem pelo local com velocidade superior a 40 km/h. O objetivo é minimizar o risco de acidentes.
