O governo Lula fechou a rede de escolas cívico-militares. Eram 200, com 190 mil alunos, que, segundo o Ministério da Educação, serão “reintegrados” à rede pública de ensino; os Estados que quiserem manter esse modelo podem continuar desde que utilizem os seus próprios recursos. Não se trata dos tradicionais colégios militares, onde o programa de ensino é planejado e executado pelas Forças Armadas, e os alunos procuram qualificar-se para a carreira militar. São escolas onde as aulas são dadas por professores da rede pública e oficiais da reserva cuidam da parte operacional. Ninguém era obrigado a estudar nelas; só se matriculava quem queria.
Ao mesmo tempo, o governo demonstra uma incapacidade extraordinária para construir o que quer que seja
Numa sociedade aleijada pela qualidade indecente do ensino publico – que funciona, basicamente, como uma imensa usina para fabricar analfabetos funcionais – é realmente extraordinário que o governo feche um programa educacional. Quais seriam os problemas concretos que essas escolas estariam causando? Há alguma comprovação de que o programa prejudicava a aquisição de conhecimento pelos estudantes ou lhes ensinava coisas erradas? Nada disso.
É claro que foram apresentados os vereditos dos “especialistas” de sempre – os mesmos militantes políticos que são responsáveis pelo ensino público que está aí, um dos piores do mundo. Mas qual o valor das suas sentenças de condenação? Nenhum. O MEC divulgou uma “nota técnica” na qual justifica o que fez dizendo que faltava às escolas cívico-militares “coesão” com o “modelo didático-pedagógico” em vigor hoje. Que raio de “modelo” é esse, que leva cerca de 40% dos universitários do Brasil a se formarem como semianalfabetos?
O governo Lula tornou-se notável por sua capacidade de destruir tudo o que vem do governo passado; parece ser sua única estratégia para administrar o país. Só na educação pública, já está em guerra aberta contra a reforma do Ensino Médio, aprovada por lei do Congresso Nacional. A lei incentiva o aprendizado da matemática e das demais ciências exatas, e os sindicatos de professores, obviamente, não querem essa mudança essencial para a melhora da escola pública.
Ao mesmo tempo, o governo demonstra uma incapacidade extraordinária para construir o que quer que seja. Não conseguiu entregar uma única obra – nem um abrigo de ônibus em beira de estrada. O presidente não fica no Brasil. Seus ministros só fazem declarações – e nomeações. Num país em que o infeliz que ganha R$ 2 mil por mês já tem de pagar imposto de renda, aumentam a carga tributária em vez de reduzir. É a democracia estilo Lula, STF, Polícia Federal, Exército, Sérgio Cabral e tudo o mais que se vê por aí.